Cinomose Canina (Distemper) – Guia Completo de Informações
- VetSağlıkUzmanı

- 15 de nov.
- 15 min de leitura
O que é a Cinomose Canina
A cinomose canina é uma das doenças virais mais graves e potencialmente fatais que afetam os cães. Causada pelo Canine Morbillivirus, um vírus da mesma família do sarampo humano, a cinomose ataca vários sistemas do corpo simultaneamente, incluindo:
sistema respiratório
sistema gastrointestinal
sistema nervoso central
sistema imunológico
A doença se espalha com extrema facilidade por meio de:
secreções nasais e oculares
saliva
tosse e espirros
urina e fezes
objetos, ambientes e superfícies contaminadas
Por ser altamente contagiosa, a cinomose frequentemente causa surtos em:
abrigos
lares com vários cães
criadouros
pet shops
hotéis e creches caninas
Os sinais iniciais podem parecer um simples resfriado, mas a doença progride rapidamente, evoluindo para sintomas mais graves, como:
febre persistente
secreção espessa nos olhos e nariz
vômitos e diarreia
pneumonia
convulsões
paralisia
espessamento das almofadas plantares (hard pad disease)
Mesmo quando o cão sobrevive, é comum que ocorram sequelas neurológicas permanentes. Por isso, a vacinação preventiva (DHPP/DA2PP) é o método mais eficaz e indispensável para evitar a cinomose canina.

Tipos de Cinomose Canina
Embora exista um único vírus responsável pela cinomose, a doença pode se manifestar em diferentes formas clínicas, dependendo do sistema do corpo afetado. Um cão pode apresentar apenas uma forma ou várias ao mesmo tempo.
1. Forma Respiratória
É uma das primeiras manifestações da doença:
tosse persistente
secreção nasal clara que se torna espessa
dificuldade para respirar
pneumonia viral ou bacteriana
Muitos casos passam despercebidos nesse estágio inicial.
2. Forma Gastrointestinal
Quando o vírus atinge o trato digestivo:
diarreia (às vezes com sangue)
vômitos frequentes
desidratação severa
perda rápida de peso
Essa forma é extremamente perigosa para filhotes.
3. Forma Neurológica
A forma mais grave e de pior prognóstico:
tremores musculares
convulsões
movimentos involuntários
falta de coordenação
paralisia parcial ou total
alterações comportamentais
As sequelas neurológicas podem ser permanentes.
4. Forma Cutânea e de Almofadas Plantares (Hard Pad Disease)
O vírus pode causar:
endurecimento doloroso das almofadas das patas
engrossamento da trufa
fissuras e dificuldade para caminhar
5. Forma Subclínica
Alguns cães apresentam apenas sintomas leves, podendo piorar repentinamente caso o sistema imunológico enfraqueça.

Causas da Cinomose Canina
A cinomose canina é causada pelo Canine Morbillivirus, um vírus RNA altamente contagioso que atinge diversos sistemas do corpo. Sua transmissão rápida e capacidade de provocar imunossupressão profunda tornam a doença especialmente perigosa, principalmente para filhotes sem vacinação completa.
1. Contato Direto com Cães Infectados
O vírus é eliminado por:
secreções nasais e oculares
saliva
tosse e espirros
urina e fezes
A proximidade física, mesmo que rápida, pode ser suficiente para transmitir a cinomose.
2. Transmissão Aérea
O vírus pode ser inalado por cães saudáveis através de gotículas respiratórias.
Locais de maior risco:
abrigos
lares com vários cães
pet shops
hotéis para cães
criadouros
3. Objetos e Superfícies Contaminadas
Embora o vírus sobreviva pouco tempo no ambiente, ele pode ser transmitido por:
potes de água e comida
brinquedos
cobertores e tapetes
caixas de transporte
roupas e mãos das pessoas
A higiene inadequada aumenta consideravelmente o risco de infecção.
4. Sistema Imunológico Enfraquecido
Cães com baixa imunidade têm maior probabilidade de desenvolver cinomose grave:
filhotes entre 3 e 6 meses
cães malnutridos
cães sob estresse constante
cães com parasitas
animais com infecções concomitantes
5. Ausência de Vacinação
A maioria dos casos ocorre em:
cães não vacinados
filhotes com protocolo incompleto
cães com vacinas atrasadas
resgatados sem histórico vacinal
A cinomose é quase totalmente prevenível com o esquema correto da vacina DHPP/DA2PP.
6. Transmissão da Mãe para os Filhotes
Se a mãe estiver infectada ou não vacinada:
pode transmitir o vírus durante a gestação
no parto
ou no contato inicial com os filhotes
Raças de Cães com Maior Risco de Cinomose Canina (Tabela)
Raça | Explicação | Nível de Risco (Alto / Médio / Baixo)
Raça | Explicação | Nível de Risco |
Husky Siberiano | Suscetibilidade aumentada a infecções respiratórias virais e estresse ambiental. | Alto |
Maior predisposição à imunossupressão sob estresse. | Alto | |
Rottweiler | Tendência a desenvolver formas mais graves de doenças virais. | Alto |
Pode apresentar maior sensibilidade a infecções sistêmicas. | Médio | |
Golden Retriever | Problemas imunológicos podem intensificar a infecção. | Médio |
Labrador Retriever | Ambiente social e alta exposição elevam o risco. | Médio |
Raças pequenas podem sofrer impactos sistêmicos mais severos. | Médio | |
SRD (Sem Raça Definida) | Diversidade genética oferece proteção moderada; risco depende da vacinação. | Baixo |
Kangal / Raças de Pastor | Sistema imunológico forte; baixo risco se vacinado. | Baixo |
Baixa incidência de casos graves na população geral. | Baixo |

Custo do Tratamento e Manejo da Cinomose Canina
A cinomose é uma das doenças virais mais caras de tratar porque não existe um antiviral específico. O tratamento é intensivo, prolongado e depende da gravidade clínica, da idade do cão, e da necessidade de internação.
Abaixo, os valores de 2025 para países lusófonos:
1. Brasil (BRL)
Serviço | Custo médio |
Consulta veterinária | R$ 80 – R$ 200 |
Teste rápido de cinomose | R$ 80 – R$ 200 |
Exame PCR | R$ 150 – R$ 350 |
Hemograma e bioquímica | R$ 120 – R$ 250 |
Radiografia | R$ 150 – R$ 300 |
Fluidoterapia IV | R$ 60 – R$ 130 por sessão |
Internação | R$ 120 – R$ 350 por dia |
Tratamento neurológico | R$ 150 – R$ 350 |
Custo total estimado:R$ 1.000 – R$ 4.500+, dependendo da gravidade e do tempo de internação.
2. Portugal (EUR)
Serviço | Custo médio |
Consulta veterinária | 25 – 50 € |
Teste rápido | 30 – 60 € |
PCR | 60 – 130 € |
Exames laboratoriais | 40 – 90 € |
Radiografia | 50 – 100 € |
Fluidoterapia IV | 20 – 45 € |
Internamento | 30 – 80 € por dia |
Custo total estimado:250 – 800 €+
3. Angola (AOA)
Serviço | Custo médio |
Consulta | 8.000 – 18.000 AOA |
Teste rápido | 10.000 – 25.000 AOA |
PCR | 25.000 – 60.000 AOA |
Exames laboratoriais | 18.000 – 40.000 AOA |
Radiografia | 30.000 – 60.000 AOA |
Fluidoterapia | 10.000 – 25.000 AOA |
Internação | 20.000 – 60.000 AOA por dia |
Custo total estimado:150.000 – 450.000 AOA+
4. Moçambique (MZN)
Serviço | Custo médio |
Consulta veterinária | 500 – 1.200 MZN |
Teste rápido | 800 – 2.000 MZN |
PCR | 2.000 – 6.000 MZN |
Exames laboratoriais | 1.500 – 4.000 MZN |
Radiografia | 1.500 – 4.500 MZN |
Fluidoterapia | 300 – 800 MZN |
Internação | 800 – 2.500 MZN por dia |
Custo total estimado:10.000 – 35.000 MZN+
Custo de Prevenção (Vacina DHPP/DA2PP)
País | Custo médio |
Brasil | R$ 60 – R$ 150 |
Portugal | 20 – 50 € |
Angola | 8.000 – 20.000 AOA |
Moçambique | 400 – 1.000 MZN |
Vacinação é dezenas de vezes mais barata que o tratamento e quase sempre previne a doença.
Sintomas da Cinomose Canina
A cinomose é conhecida pela grande variedade de sinais clínicos, pois afeta múltiplos sistemas simultaneamente. Os sintomas evoluem de leves a graves e podem surgir de forma gradual ou repentina.
1. Sintomas Respiratórios
Tosse persistente
Corrimento nasal (claro → espesso)
Dificuldade para respirar
Pneumonia viral ou bacteriana
2. Sintomas Gastrointestinais
Diarreia (muitas vezes com muco ou sangue)
Vômitos frequentes
Desidratação severa
Perda rápida de peso
3. Sintomas Oculares e Nasais
Secreção ocular mucosa
Conjuntivite
Crostas ao redor dos olhos
Sensibilidade à luz
4. Febre e Prostração
A cinomose costuma causar febre bifásica:
Primeiro pico: leve
Segundo pico: alto e prolongado
Durante essa fase há:
apatia
perda de apetite
indisposição geral
5. Sintomas Neurológicos (mais graves)
Quando o vírus atinge o sistema nervoso central:
tremores musculares
movimentos involuntários
ataxia (falta de coordenação)
convulsões
paralisia parcial ou total
alterações comportamentais
Esses sinais geralmente indicam um prognóstico reservado.
6. Alterações de Pele e Almofadas Plantares
Endurecimento das almofadas das patas
Engrossamento da trufa
Fissuras dolorosas
Dificuldade para caminhar
7. Alterações de Comportamento
Confusão
Ansiedade
Irritabilidade
Reflexos lentos
Geralmente associadas à fase neurológica.
Métodos de Diagnóstico da Cinomose Canina
O diagnóstico da cinomose canina é desafiador porque a doença imita diversas enfermidades respiratórias, gastrointestinais e neurológicas. Por isso, os veterinários utilizam uma combinação de avaliação clínica, exames laboratoriais e métodos de imagem para confirmar a infecção.
1. Exame Clínico Completo
Na consulta inicial, o veterinário avalia:
temperatura corporal
padrão respiratório e sons pulmonares
tipo de secreção nasal e ocular
nível de desidratação
linfonodos
reflexos neurológicos
estado geral e comportamento
A presença simultânea de sintomas respiratórios, digestivos e neurológicos em um cão não vacinado aumenta fortemente a suspeita de cinomose.
2. Teste Rápido de Antígeno (Teste SNAP)
É o exame de triagem mais comum.
utiliza amostras de secreção nasal, ocular, sangue ou saliva
fornece resultado em 10–15 minutos
identifica antígenos virais presentes no organismo
Limitações:
pode resultar em falso negativo no início da doença
pode falhar em fases neurológicas avançadas
Portanto, resultados negativos não descartam a cinomose.
3. Exame PCR (Método de Ouro)
A PCR é o exame mais preciso disponível.
detecta diretamente o RNA do vírus
alta sensibilidade em estágios precoces e tardios
essencial para confirmar cinomose neurológica
Amostras:
sangue total
líquor (líquido cefalorraquidiano)
swab conjuntival e nasal
secreções respiratórias
4. Hemograma e Perfil Bioquímico
Alterações comuns incluem:
linfopenia
trombocitopenia
desequilíbrios eletrolíticos
sinais de desidratação
aumento de marcadores inflamatórios
Esses exames ajudam a avaliar a gravidade e orientar o tratamento.
5. Radiografias Torácicas
Indicadas quando há sinais respiratórios relevantes.
Possíveis achados:
broncopneumonia
infiltrados pulmonares
consolidação alveolar
infecção bacteriana secundária
6. Avaliação Neurológica
Se o cão apresenta tremores, convulsões ou perda de coordenação, o veterinário realiza:
teste de marcha
avaliação dos nervos cranianos
reflexos espinhais
exame pupilar
Esses sinais são indicativos de cinomose avançada.
7. Diagnósticos Diferenciais
A cinomose pode ser confundida com:
parvovirose
pneumonia bacteriana
leptospirose
tosse dos canis
encefalites
intoxicações
Por isso, a confirmação precisa exige uma abordagem multidisciplinar.
Tratamento da Cinomose Canina
Não existe antiviral específico para eliminar o vírus da cinomose.O tratamento é de suporte, focado em estabilizar o paciente e reduzir complicações enquanto o sistema imunológico combate o vírus.
1. Fluidoterapia Intravenosa (IV)
A desidratação é comum devido a vômitos e diarreia.
reposição de líquidos e eletrólitos
correção de hipoglicemia
controle rigoroso da hidratação
2. Antibióticos de Amplo Espectro
O vírus causa imunossupressão profunda, facilitando infecções bacterianas como:
pneumonia
septicemia
enterite bacteriana
Os antibióticos previnem complicações fatais.
3. Controle de Náuseas e Diarreia
Inclui:
antieméticos
protetores gástricos
probióticos
dietas leves e altamente digestíveis
Essas medidas reduzem a perda de líquidos e melhoram o conforto do paciente.
4. Controle de Febre e Dor
anti-inflamatórios
medicamentos antipiréticos
monitorização de temperatura
A febre prolongada agrava a evolução da doença.
5. Suporte Imunológico
vitaminas do complexo B
aminoácidos
ácidos graxos essenciais
imunomoduladores
Esses suplementos ajudam o organismo a combater a infecção.
6. Suporte Nutricional
A anorexia é frequente na cinomose.
dietas hipercalóricas
alimentação assistida com seringa
suplementos líquidos
A nutrição adequada melhora a resposta imunológica.
7. Tratamento Neurológico
Para convulsões e tremores:
anticonvulsivantes (diazepam, fenobarbital, levetiracetam)
relaxantes musculares
medicações para reduzir pressão intracraniana
fisioterapia
Mesmo com tratamento, as sequelas neurológicas podem ser permanentes.
8. Oxigenoterapia
Indicada para cães com:
dificuldade respiratória
pneumonia severa
cansaço respiratório
Pode incluir:
câmaras de oxigênio
nebulizações
broncodilatadores
9. Isolamento Estrito
A cinomose é altamente contagiosa.
manter o cão separado
higienizar mãos e roupas
não compartilhar utensílios
10. Cuidados de Longo Prazo
Cães sobreviventes podem necessitar de:
acompanhamento neurológico crônico
ajustes medicamentosos
sessões de reabilitação
monitorização contínua
Complicações e Prognóstico da Cinomose Canina
A cinomose canina é uma das doenças virais mais imprevisíveis e devastadoras, pois afeta múltiplos sistemas simultaneamente. Suas complicações podem surgir em todas as fases e, muitas vezes, resultam em sequelas permanentes. O prognóstico varia de moderado a grave, especialmente quando há envolvimento neurológico.
1. Complicações Respiratórias
O envolvimento respiratório é comum e perigoso:
pneumonia viral ou bacteriana
bronquite severa
dificuldade respiratória progressiva
produção excessiva de secreções
hipoxemia (baixa oxigenação)
Essas complicações frequentemente exigem hospitalização e oxigenoterapia.
2. Complicações Gastrointestinais
Afetam gravemente a hidratação e o estado nutricional:
diarreia persistente (às vezes com sangue)
vômitos contínuos
desidratação severa
perda de peso acelerada
desequilíbrios eletrolíticos
risco de choque hipovolêmico
3. Complicações Neurológicas (as mais graves)
Quando o vírus alcança o sistema nervoso central:
tremores musculares
convulsões
falta de coordenação (ataxia)
movimentos repetitivos involuntários
alterações comportamentais
paralisia parcial ou total
Essas lesões costumam ser irreversíveis, mesmo após a recuperação clínica.
4. Colapso do Sistema Imunológico
A cinomose provoca imunossupressão profunda:
infecções bacterianas secundárias
septicemia
inflamação sistêmica
aumento de risco para outros vírus
O colapso imune é uma das principais causas de óbito.
5. Complicações Oculares e Dermatológicas
conjuntivite crônica
úlceras de córnea
degeneração retiniana
espessamento das almofadas plantares (hard pad disease)
rachaduras dolorosas na trufa
Prognóstico
O prognóstico depende de vários fatores:
idade do cão
estado vacinal
rapidez no início do tratamento
resposta individual às terapias
presença de sintomas neurológicos
Em resumo:
formas respiratórias e gastrointestinais leves → prognóstico moderado
formas neurológicas → prognóstico reservado a grave
filhotes → maior risco de mortalidade
A recuperação completa é possível, mas sequelas neurológicas podem permanecer por toda a vida.
Cuidados em Casa e Prevenção da Cinomose Canina
Os cuidados domiciliares são fundamentais para auxiliar na recuperação e evitar a transmissão para outros animais. A cinomose pode ter evolução longa e requer dedicação constante do tutor.
1. Isolamento Rigoroso
O cão infectado deve ser mantido isolado.
quarto separado
utensílios exclusivos (potes, cama, brinquedos)
higienização das mãos após manejo
A transmissão ocorre facilmente por secreções.
2. Hidratação e Suporte Nutricional
Devido a vômitos e diarreia:
água fresca disponível sempre
caldos leves ou soluções hidratantes recomendadas pelo veterinário
dietas hipercalóricas e de fácil digestão
alimentação assistida se necessário
Manter a nutrição é essencial para fortalecer o sistema imunológico.
3. Monitoramento Diário dos Sinais Clínicos
Observar:
temperatura
apetite
evacuações
episódios de tremores
nível de energia
dificuldades respiratórias
Alterações devem ser comunicadas ao veterinário imediatamente.
4. Higiene do Ambiente
A limpeza adequada reduz a carga viral:
lavar caminhas e cobertores com água quente
desinfetar superfícies com produtos adequados
limpar potes diariamente
descartar materiais contaminados
5. Cuidados Oculares e Respiratórios
limpar secreções oculares com soro fisiológico
remover muco nasal para facilitar a respiração
utilizar umidificador, se indicado pelo veterinário
6. Redução de Estresse
O estresse prejudica a resposta imune.
ambiente silencioso
rotina estável
evitar visitantes e movimentação excessiva
limitar exercícios físicos
7. Acompanhamento Veterinário Regular
A cinomose apresenta evolução variável.
O acompanhamento pode incluir:
exames laboratoriais
ajustes de medicação
fluidoterapia adicional
avaliações neurológicas
radiografias
8. Prevenção Através da Vacinação
A vacinação é o método mais eficaz para evitar a cinomose:
iniciar entre 6–8 semanas
reforços a cada 3–4 semanas até 16–18 semanas
reforço anual em cães adultos
evitar contato com cães não vacinados
A imunização correta reduz drasticamente o risco da doença.
Responsabilidades do Tutor em Casos de Cinomose Canina
O tutor desempenha um papel essencial no controle, tratamento e prevenção da cinomose canina. A evolução clínica do cão e a proteção dos demais animais do lar dependem diretamente da postura, atenção e disciplina do responsável.
1. Seguir Rigorosamente o Calendário Vacinal
A maioria dos casos de cinomose ocorre em cães:
não vacinados
com reforços atrasados
com protocolo inicial (puppy series) incompleto
O tutor deve garantir:
início da vacinação entre 6–8 semanas
reforços a cada 3–4 semanas nos filhotes
reforço anual em adultos
2. Isolar Imediatamente o Cão Infectado
A cinomose é extremamente contagiosa.
O tutor deve:
manter o cão em um cômodo separado
evitar contato com outros cães
não levar o animal para parques ou áreas públicas
usar itens exclusivos (cama, potes, brinquedos)
3. Manter Alto Nível de Higiene
Para reduzir a carga viral ambiental:
lavar potes e utensílios diariamente
trocar cobertas e caminhas frequentemente
desinfetar superfícies com produtos adequados
lavar as mãos após cada contato com o animal
4. Cumprir Estritamente o Tratamento Prescrito
O tratamento da cinomose é prolongado e exige disciplina.
O tutor deve seguir:
horários exatos de medicação
alimentação recomendada
suplementação vitamínica quando indicada
limpeza ocular e nasal
retorno periódico ao veterinário
Interrupções podem agravar o quadro clínico.
5. Monitorar Sinais Clínicos Diariamente
Acompanhamento detalhado inclui:
temperatura corporal
episódios de vômito ou diarreia
intensidade da tosse
alterações neurológicas (tremores, convulsões)
apetite e hidratação
comportamento e nível de energia
Relatar mudanças ao veterinário permite ajustes rápidos no tratamento.
6. Reduzir Estímulos e Estresse
Estresse reduz a eficácia do sistema imune.
Evitar:
ruídos altos
circulação excessiva de pessoas
mudanças bruscas de ambiente
exercícios intensos
7. Proteger Outros Animais do Lar
O tutor deve:
conferir se todos os cães estão com vacinação em dia
manter isolamento total entre eles
não compartilhar nenhum item
reforçar a higienização do ambiente
8. Preparar-se para Possíveis Sequelas Permanentes
Mesmo após recuperação clínica, alguns cães podem apresentar:
tremores crônicos
convulsões recorrentes
dificuldades motoras
alterações comportamentais
O tutor deve estar ciente das necessidades de cuidado contínuo.
Diferenças entre Cinomose em Cães e Cinomose em Gatos
Apesar do nome semelhante, “cinomose canina” e “cinomose felina” são doenças totalmente diferentes, causadas por vírus distintos e sem possibilidade de transmissão cruzada.
1. Vírus Diferentes
Cinomose canina: causada pelo Canine Morbillivirus
“Cinomose felina” (Panleucopenia): causada pelo Parvovírus felino (FPV)
Não existe risco de transmissão entre espécies.
2. Sistemas Afetados
Cães:
pulmões
trato digestivo
sistema imune
sistema nervoso central
Gatos:
medula óssea
produção de glóbulos brancos
imunidade sistêmica
3. Envolvimento Neurológico
Comum na cinomose canina:
convulsões
tremores
paralisia
ataxia
Raro na panleucopenia felina.
4. Formas de Transmissão
Cinomose canina:
principalmente por aerossóis
secreções respiratórias
Panleucopenia felina:
via fecal-oral
superfícies contaminadas
5. Vacinas Diferentes
Cães: protegidos com DHPP/DA2PP
Gatos: protegidos com FVRCP
As vacinas não são intercambiáveis.
6. Evolução e Mortalidade
Cinomose canina pode evoluir para dano neurológico grave
Panleucopenia felina tende a causar imunossupressão profunda
Ambas podem ser fatais sem intervenção rápida
7. Ponto Comum: Vacinação é Essencial
Ambas as doenças são altamente evitáveis com um calendário vacinal adequado.
FAQ – Cinomose Canina (Distemper)
O que é exatamente a cinomose canina e por que ela é considerada tão perigosa?
A cinomose canina é uma infecção viral altamente contagiosa causada pelo Canine Morbillivirus, que atinge o sistema respiratório, digestivo, nervoso e imunológico. Ela é considerada perigosa porque evolui rapidamente, causa imunossupressão profunda e pode gerar sequelas neurológicas permanentes ou até levar o cão ao óbito.
Quais são as principais formas de transmissão da cinomose canina?
A cinomose canina se transmite por secreções nasais, oculares, saliva, urina, fezes e aerossóis respiratórios. Além disso, pode ocorrer transmissão indireta por objetos contaminados, como tigelas, brinquedos, roupas e superfícies.
Quais são os primeiros sinais observados em cães com cinomose canina?
Os primeiros sinais incluem febre leve, secreção ocular, secreção nasal aquosa, tosse suave, apatia e diminuição do apetite. Como parecem sintomas de um resfriado, muitos tutores não percebem que se trata de cinomose canina.
Quais sintomas neurológicos podem surgir na cinomose canina?
A fase neurológica da cinomose canina é a mais grave. Ela pode causar tremores musculares, convulsões, movimentos involuntários, paralisia parcial, dificuldade de coordenação, alterações comportamentais e, em casos severos, dano cerebral irreversível.
Por quanto tempo um cão com cinomose canina pode transmitir o vírus?
Normalmente por 2–4 semanas após o início dos sintomas. Alguns cães podem continuar eliminando o vírus mesmo aparentando melhora. Por isso, o isolamento deve ser mantido até liberação veterinária.
Cães vacinados podem contrair cinomose canina?
É raro, mas possível em animais com imunidade comprometida. Entretanto, a grande maioria dos casos ocorre em cães não vacinados, com vacinação incompleta ou com vacinas atrasadas. A vacinação é altamente protetiva.
Como a cinomose canina é diagnosticada pelo veterinário?
O diagnóstico combina exame clínico, teste rápido de antígeno, PCR, hemograma, radiografias e avaliação neurológica. A PCR é o método mais confiável para confirmar a cinomose canina.
Cinomose canina é a mesma coisa que parvovirose?
Não. Embora ambas possam causar vômitos e diarreia, a cinomose canina frequentemente apresenta sinais respiratórios e neurológicos. A parvovirose atinge principalmente o trato gastrointestinal. Testes específicos, como o PCR, diferenciam facilmente as duas.
Por que os filhotes são tão vulneráveis à cinomose canina?
Porque o sistema imunológico deles ainda está em desenvolvimento, e os anticorpos maternos desaparecem entre 6 e 16 semanas, criando um período de susceptibilidade. Sem um protocolo vacinal completo, os filhotes têm grande risco de infecção.
Existe cura para a cinomose canina?
Não existe um antiviral específico. O tratamento é de suporte: fluidoterapia, antibióticos para infecções secundárias, controle de vômitos e diarreia, manejo da febre, suporte nutricional, controle de convulsões e cuidados intensivos.
Qual é o prognóstico para cães com cinomose canina?
Depende do estágio da doença. A forma respiratória ou digestiva inicial pode responder bem ao tratamento. Já a forma neurológica tem prognóstico reservado ou grave. Nos filhotes, a taxa de mortalidade é significativamente maior.
Um cão pode se recuperar completamente da cinomose canina?
Sim, alguns cães conseguem se recuperar, especialmente quando tratados logo no início. Entretanto, muitos sobreviventes ficam com sequelas neurológicas permanentes, como tremores ou convulsões recorrentes.
Quanto tempo dura a evolução da cinomose canina?
O curso da doença pode durar entre 2 e 6 semanas. A fase neurológica, quando presente, pode se prolongar por meses e deixar sequelas permanentes.
A cinomose canina pode afetar humanos?
Não. A cinomose canina não infecta humanos. No entanto, pessoas podem carregar o vírus nas mãos, roupas ou sapatos, transmitindo-o indiretamente para outros cães.
Como prevenir a cinomose canina?
A prevenção é feita por meio da vacinação DHPP/DA2PP. O protocolo inclui:
início entre 6–8 semanas;
reforços a cada 3–4 semanas até 16–18 semanas;
reforço anual em adultos.Evitar contato com cães não vacinados também é essencial.
A cinomose canina é comum em cães adultos?
É menos comum que em filhotes, mas cães adultos não vacinados continuam em risco, especialmente em ambientes com alta exposição viral, como abrigos ou ruas.
O que devo fazer se suspeitar que meu cão tem cinomose canina?
Você deve isolá-lo imediatamente e levá-lo ao veterinário. Quanto antes o tratamento de suporte começar, maiores são as chances de recuperação.
A cinomose canina pode causar danos permanentes ao cérebro?
Sim. Muitos cães desenvolvem sequelas neurológicas permanentes, como tremores constantes, convulsões, desequilíbrios motores e alterações de comportamento.
Por que os surtos de cinomose canina são comuns em abrigos?
Pela grande circulação de cães, histórico vacinal desconhecido, estresse, compartilhamento de objetos e dificuldade em manter isolamento adequado. O vírus se espalha rapidamente nesses ambientes.
Como proteger outros cães da casa se um deles tiver cinomose canina?
Isolar o cão infectado, reforçar a higienização, não compartilhar utensílios e garantir que todos os outros cães estejam com o calendário vacinal em dia.
Um cão pode contrair cinomose canina duas vezes?
É extremamente raro. Uma vez recuperado, o cão geralmente desenvolve imunidade duradoura. Porém, as sequelas da primeira infecção podem permanecer.
Todo cão com cinomose canina desenvolve “hard pad disease”?
Não. O espessamento das almofadas plantares é mais comum em casos avançados. Muitos cães nunca apresentam esse sintoma.
A cinomose canina pode causar problemas oculares?
Sim. Pode gerar conjuntivite, úlceras de córnea, secreção espessa e, em casos severos, perda de visão.
Por quanto tempo devo manter o cão em isolamento?
No mínimo por 4 semanas. O período exato depende da evolução clínica e dos resultados de exames. O veterinário deve definir o tempo final.
O moquillo felino é o mesmo que cinomose canina?
Não. O moquillo de gatos (panleucopenia felina) é causado por um parvovírus, totalmente diferente do vírus da cinomose canina. Não existe transmissão cruzada.
Qual é a forma mais eficaz de evitar a cinomose canina?
Vacinação completa e pontual. Seguir corretamente o protocolo de filhotes e reforços anuais é a medida mais importante para prevenir a cinomose canina.
Sources
World Small Animal Veterinary Association (WSAVA) – Vaccination Guidelines
American Veterinary Medical Association (AVMA) – Infectious Disease Information
Centers for Disease Control and Prevention (CDC) – Canine Viral Diseases
American Animal Hospital Association (AAHA) – Infectious Disease Protocols
Mersin Vetlife Veterinary Clinic – https://share.google/XPP6L1V6c1EnGP3Oc




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