Displasia de quadril em cães: causas, sintomas e opções de tratamento
- VetSağlıkUzmanı

- 16 de out.
- 10 min de leitura
O que é displasia de quadril em cães?
A displasia de quadril em cães é uma doença ortopédica degenerativa que ocorre devido ao desenvolvimento anormal da articulação coxofemoral.Em um quadril saudável, a cabeça do fêmur (a parte arredondada do osso da coxa) se encaixa perfeitamente no acetábulo (a cavidade do quadril), formando uma articulação firme e estável. Isso permite uma movimentação suave e a distribuição equilibrada do peso corporal.
Na displasia, esse encaixe é imperfeito. A cavidade pode ser rasa ou a cabeça do fêmur malformada, resultando em instabilidade articular. Com o tempo, o atrito entre as superfícies ósseas causa desgaste da cartilagem, inflamação e dor.O cão começa a apresentar rigidez, dificuldade para andar, correr ou subir escadas.
A condição é especialmente comum em raças grandes e gigantes, como Pastor Alemão, Labrador Retriever, Golden Retriever, Rottweiler e São Bernardo.Embora tenha origem genética, fatores ambientais como dieta inadequada, obesidade e excesso de exercício agravam a doença.
Sem tratamento, a displasia pode levar a uma limitação severa dos movimentos e à perda de qualidade de vida. Com diagnóstico precoce e manejo adequado, porém, muitos cães conseguem viver de forma ativa e confortável.

Tipos de displasia de quadril em cães
A displasia pode ser classificada em dois tipos principais, de acordo com sua origem.
1. Displasia congênita (de desenvolvimento)
Neste tipo, o cão nasce com uma formação anormal do quadril. O acetábulo é raso e a cabeça do fêmur não se ajusta corretamente.Os sinais aparecem entre 5 e 12 meses de idade, especialmente em filhotes que crescem muito rápido ou consomem ração com excesso de energia.
2. Displasia adquirida (secundária)
Neste caso, o quadril é normal ao nascimento, mas a instabilidade se desenvolve com o tempo por fatores externos como obesidade, trauma ou exercícios inadequados.Esse tipo é mais comum em cães adultos e geralmente está associado à osteoartrite.
Em ambos os casos, a consequência é a mesma: dor, claudicação (mancar) e perda de mobilidade.
Causas da displasia de quadril em cães
A displasia é uma doença multifatorial, resultado da combinação entre genética e ambiente.
Fatores genéticos
A predisposição hereditária é o principal fator de risco. Se ambos os pais são afetados, até 60% dos filhotes podem desenvolver a condição.Por isso, criadores responsáveis realizam exames de certificação (OFA ou PennHIP) antes de reproduzir os animais.
Nutrição inadequada
Dietas muito calóricas e ricas em proteínas estimulam o crescimento rápido, criando um desequilíbrio entre ossos e músculos.O excesso de cálcio ou fósforo pode endurecer prematuramente as placas de crescimento e causar deformidades articulares.
Obesidade
O sobrepeso aumenta a pressão sobre os quadris e acelera o desgaste da cartilagem, agravando a dor e a inflamação.
Exercícios inadequados
Atividades intensas em filhotes, como correr em pisos duros ou saltar, danificam o desenvolvimento do quadril.Cães jovens devem evitar escadas e superfícies escorregadias.
Traumas e fraqueza muscular
Acidentes, quedas e músculos mal desenvolvidos podem causar instabilidade na articulação e predispor à displasia.
Raças predispostas à displasia de quadril
Raça | Descrição | Nível de risco |
Pastor Alemão | Altamente predisposto; sinais precoces de claudicação. | Alto |
Labrador Retriever | Crescimento rápido e tendência à obesidade. | Alto |
Golden Retriever | Sinais clínicos visíveis na meia-idade. | Alto |
Rottweiler | Forte musculatura, mas articulações propensas à frouxidão. | Moderado |
São Bernardo | Peso corporal elevado sobrecarrega os quadris. | Alto |
Cane Corso | Estrutura óssea larga e articulação naturalmente solta. | Moderado |
Bulldog | Formato do quadril desfavorável à estabilidade. | Moderado |
Border Collie | Ativo e ágil; risco baixo, mas possível por trauma. | Baixo |

Sintomas da displasia de quadril em cães
Os sintomas variam conforme a idade e a gravidade do problema. Alguns cães demonstram apenas rigidez leve, enquanto outros apresentam dor intensa.
Sinais iniciais:
Dificuldade para levantar após repouso.
Caminhar com movimentos de “salto de coelho”.
Relutância para subir escadas ou pular.
Redução do interesse em brincar ou passear.
Sinais avançados:
Claudicação persistente (mancar).
Perda de massa muscular nas patas traseiras.
Postura arqueada e balanço dos quadris ao andar.
Dor ao toque na região do quadril.
Os sintomas podem piorar em dias frios ou após exercícios intensos e melhorar com o repouso.
Diagnóstico da displasia de quadril em cães
O diagnóstico envolve exame clínico e exames de imagem.
Exame físico
O veterinário avalia a amplitude de movimento, dor e presença de instabilidade.
Teste de Ortolani
Realizado sob sedação, o veterinário move o fêmur dentro e fora do encaixe para identificar subluxação. O som ou sensação de “clique” confirma a frouxidão articular.
Radiografia (Raio-X)
É o método mais utilizado para confirmar o diagnóstico. Os protocolos OFA e PennHIP avaliam o ângulo e a profundidade do encaixe do fêmur no acetábulo.
Tomografia ou ressonância magnética (CT/MRI)
São indicadas para casos graves ou planejamento cirúrgico, pois mostram detalhes da cartilagem e das superfícies ósseas.
O diagnóstico precoce é essencial para prevenir danos irreversíveis.
Tratamento da displasia de quadril em cães
O tratamento depende da idade, peso e grau de comprometimento articular.
Tratamento conservador (sem cirurgia)
Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs): aliviam dor e inflamação (carprofeno, meloxicam).
Condroprotetores: suplementos com glucosamina, condroitina e ômega-3 ajudam na proteção da cartilagem.
Fisioterapia: hidroterapia, alongamentos e massagens fortalecem a musculatura e melhoram a amplitude de movimento.
Controle de peso: manter o cão magro reduz drasticamente a sobrecarga nos quadris.
Ambiente adaptado: utilize rampas, camas ortopédicas e pisos antiderrapantes.
Tratamento cirúrgico
Sinfisiodese púbica juvenil (JPS): indicada para filhotes com menos de 5 meses.
Osteotomia tripla de pelve (TPO): corrige o encaixe do fêmur reposicionando a pelve.
Ostectomia da cabeça femoral (FHO): remove o fêmur danificado; ideal para cães pequenos.
Prótese total de quadril (THR): substitui completamente a articulação; opção mais eficaz para casos avançados.
Com acompanhamento fisioterápico e manejo adequado, a maioria dos cães volta a ter uma vida ativa e sem dor.
Complicações e prognóstico da displasia de quadril em cães
Sem tratamento adequado, a displasia de quadril tende a piorar progressivamente. Com o passar do tempo, a instabilidade articular provoca alterações irreversíveis que limitam severamente o movimento e causam dor crônica.
Complicações comuns
Osteoartrite crônica: o atrito constante entre os ossos leva à erosão da cartilagem, formação de esporões ósseos e inflamação permanente.
Atrofia muscular: devido à dor, o cão passa a usar menos o membro afetado, levando à perda de massa muscular.
Desalinhamento postural: a sobrecarga nas patas dianteiras causa alterações na coluna e na marcha.
Fadiga e perda de resistência: o cão se cansa rapidamente mesmo com pouca atividade física.
Mudanças de comportamento: dor constante pode gerar ansiedade, agressividade ou apatia.
Prognóstico
O prognóstico varia conforme o estágio da doença e o tipo de tratamento.Quando diagnosticada precocemente e tratada com fisioterapia, dieta e controle de peso, a maioria dos cães mantém boa qualidade de vida.Nos casos graves, a prótese total de quadril (THR) é o tratamento mais eficaz, com taxas de sucesso superiores a 90%.
Cuidados em casa e prevenção
O manejo doméstico é essencial para manter o conforto e evitar a progressão da doença.
Adaptações no ambiente
Evite pisos escorregadios; use tapetes antiderrapantes.
Ofereça uma cama ortopédica que apoie o corpo sem pressionar os quadris.
Evite escadas, saltos ou brincadeiras de alto impacto.
Mantenha o ambiente aquecido, principalmente no inverno.
Controle rigorosamente o peso corporal.
Exercícios adequados
Caminhadas curtas e frequentes em terreno macio (grama ou terra).
Hidroterapia ou natação: fortalecem músculos sem sobrecarregar a articulação.
Alongamentos e massagens leves ajudam na circulação e flexibilidade.
Evite corridas intensas e movimentos bruscos.
Alimentação e suplementos
Dietas ricas em ômega-3, glucosamina e condroitina reduzem inflamações e melhoram a lubrificação articular.
Evite alimentos muito calóricos.
Mantenha a proporção equilibrada de cálcio e fósforo.
Utilize suplementos apenas com recomendação veterinária.
Prevenção
Nunca reproduza cães com displasia ou histórico familiar da doença.
Monitore o crescimento dos filhotes e evite ganho de peso excessivo.
Faça avaliações radiográficas preventivas em raças predispostas.
Diferenças entre cães e gatos
Embora os gatos também possam desenvolver displasia de quadril, a doença é muito mais rara e menos debilitante neles.
Aspecto | Cães | Gatos |
Prevalência | Comum, especialmente em raças grandes | Rara, geralmente assintomática |
Sintomas | Claudicação, dor e limitação de movimento | Rigidez leve, geralmente despercebida |
Tratamento | Medicamentoso, fisioterápico ou cirúrgico | Geralmente conservador |
Prognóstico | Variável, depende do tratamento | Excelente na maioria dos casos |
Causas | Hereditariedade, obesidade, trauma | Hereditária ou acidental |
A flexibilidade natural e o menor peso corporal dos gatos ajudam a compensar a instabilidade articular, enquanto cães dependem de intervenção para evitar dor e degeneração.
Reabilitação e manejo a longo prazo
A displasia de quadril é uma condição crônica que requer monitoramento e cuidados contínuos.
Após a cirurgia
Semanas 1–2: repouso absoluto, com passeios curtos apenas para necessidades fisiológicas.
Semanas 3–6: exercícios leves de alongamento e caminhada controlada.
Semanas 6–12: início de hidroterapia e fortalecimento muscular.
Após 3 meses: retorno gradual às atividades normais.
Acompanhamento veterinário
Consultas semestrais são recomendadas para avaliar a progressão da articulação e ajustar o tratamento.Radiografias periódicas ajudam a monitorar o avanço da osteoartrite.
Terapias complementares
Laserterapia e acupuntura: reduzem a dor e melhoram a circulação.
Plasma rico em plaquetas (PRP) ou terapia com células-tronco auxiliam na regeneração do tecido articular.
Suplementos nutracêuticos com colágeno hidrolisado e MSM fortalecem cartilagens.
Papel do tutor
O tutor deve observar sinais de desconforto, como relutância em se levantar, andar devagar ou evitar brincadeiras.A dor não deve ser considerada normal no envelhecimento; quanto antes for tratada, melhor a resposta.
Dicas essenciais de prevenção
Mantenha o peso corporal ideal durante toda a vida do cão.
Ofereça alimentação balanceada e específica para a raça.
Evite exercícios intensos durante o crescimento.
Realize check-ups regulares com o veterinário.
Adote apenas de criadores que testem displasia em seus reprodutores.
Perguntas frequentes (FAQ)
O que é exatamente a displasia de quadril em cães?A displasia de quadril é uma má-formação na articulação do quadril, na qual a cabeça do fêmur não se encaixa corretamente no acetábulo. Esse desalinhamento causa atrito, inflamação e desgaste da cartilagem, levando à dor, rigidez e dificuldade de locomoção. É uma doença crônica e progressiva que, sem tratamento, tende a piorar com o tempo.
A displasia de quadril é hereditária?Sim. Trata-se de uma condição fortemente genética. Se os pais de um filhote forem portadores, há grande chance de ele também desenvolver a doença. Por isso, os criadores responsáveis realizam exames de certificação, como OFA e PennHIP, antes de reproduzir seus cães.
Em que idade a displasia de quadril aparece?Os sinais costumam surgir entre os 5 e 12 meses de idade, durante a fase de crescimento rápido. No entanto, alguns cães só manifestam sintomas quando adultos ou idosos, quando o desgaste articular já é mais avançado.
Quais raças são mais predispostas à displasia de quadril?Raças grandes e gigantes, como Pastor Alemão, Labrador Retriever, Golden Retriever, Rottweiler, São Bernardo e Cane Corso, são as mais afetadas. No entanto, raças menores, como Bulldog Francês ou Pug, também podem apresentar casos leves.
Quais são os primeiros sintomas da displasia de quadril em cães?Os sintomas iniciais incluem rigidez ao levantar, relutância para subir escadas ou pular, claudicação intermitente e cansaço após curtas caminhadas. O cão pode balançar o quadril ao andar e evitar certas posições por desconforto.
A displasia de quadril causa dor?Sim. O atrito entre os ossos causa dor considerável. O cão pode gemer ao se mover, lamber excessivamente a região ou evitar o toque. A dor pode variar de leve a intensa, dependendo do estágio da doença.
Como a displasia de quadril é diagnosticada?O diagnóstico é feito através de exame físico, testes ortopédicos (como o Ortolani) e radiografias específicas do quadril. Em casos complexos, exames de imagem mais detalhados, como tomografia ou ressonância magnética, podem ser solicitados.
A displasia de quadril tem cura?Não existe cura definitiva, mas é possível controlar os sintomas e melhorar muito a qualidade de vida. Com o tratamento correto — que inclui medicamentos, fisioterapia e, quando necessário, cirurgia —, o cão pode viver de forma ativa e confortável.
Quais são as opções de tratamento disponíveis?O tratamento varia conforme a gravidade. Casos leves podem ser tratados com anti-inflamatórios, suplementos articulares e fisioterapia. Casos severos exigem cirurgia, como a ostectomia da cabeça femoral (FHO) ou a prótese total de quadril (THR).
Quanto tempo leva para o cão se recuperar de uma cirurgia de quadril?O tempo de recuperação depende do procedimento. Após um FHO, a melhora é notada em cerca de 6 a 8 semanas. No caso da prótese total, a reabilitação completa leva entre 3 e 6 meses, com fisioterapia e acompanhamento veterinário.
A obesidade piora a displasia de quadril?Sem dúvida. O excesso de peso é um dos principais fatores agravantes. Ele aumenta a carga sobre os quadris, acelera o desgaste da cartilagem e causa mais dor. Manter o cão em peso ideal é fundamental no controle da doença.
É possível prevenir a displasia de quadril em cães?Totalmente prevenir não é possível, mas é possível reduzir os riscos. A prevenção envolve controle de peso, dieta equilibrada, exercícios adequados e, principalmente, evitar a reprodução de cães portadores do problema.
Quais exercícios são recomendados para cães com displasia de quadril?Atividades de baixo impacto são as melhores. Caminhadas curtas, natação e hidroterapia ajudam a fortalecer a musculatura sem sobrecarregar as articulações. Deve-se evitar correr, pular ou brincar em superfícies duras.
Cães pequenos também podem ter displasia de quadril?Sim, embora seja mais comum em cães grandes. Raças menores, como Pug e Bulldog Francês, também podem apresentar a condição, geralmente em formas mais leves e com sintomas sutis.
Filhotes podem desenvolver displasia de quadril?Sim. Em raças predispostas, a displasia pode se manifestar ainda no crescimento. Por isso, filhotes de raças grandes devem ser avaliados com radiografias antes de completar um ano de idade.
A displasia de quadril piora com o tempo?Sim. Trata-se de uma doença progressiva. Sem tratamento, o desgaste da articulação aumenta gradativamente, levando à osteoartrite e à limitação permanente dos movimentos.
A natação é boa para cães com displasia de quadril?Sim. A natação é um dos exercícios mais recomendados, pois fortalece os músculos sem colocar peso sobre os quadris. Além disso, melhora a circulação e ajuda no controle da dor.
Qual é a expectativa de vida de um cão com displasia de quadril?A displasia não reduz a expectativa de vida, mas pode afetar a qualidade de vida se não for controlada. Com manejo adequado, o cão pode viver normalmente, com bom nível de atividade e conforto.
Quais são as complicações se a displasia não for tratada?As principais complicações incluem dor crônica, rigidez severa, perda muscular e artrite avançada. Em casos graves, o cão pode perder a capacidade de andar e necessitar de cirurgia corretiva.
A fisioterapia realmente ajuda cães com displasia?Sim. Fisioterapia é essencial no tratamento. Ela aumenta a força muscular, melhora a mobilidade e reduz a dor. Técnicas como hidroterapia, laserterapia e alongamentos são amplamente eficazes.
Um cão com displasia pode subir escadas?Não é recomendado. Subir e descer escadas aumenta o impacto nos quadris e agrava o problema. O ideal é usar rampas ou limitar o acesso a diferentes níveis da casa.
Cães com displasia podem ter uma vida ativa?Sim. Muitos cães com displasia leve ou moderada levam uma vida ativa e feliz, desde que respeitem suas limitações e recebam tratamento adequado.
A displasia de quadril pode ser tratada sem cirurgia?Em estágios iniciais, sim. Medicamentos, fisioterapia, controle de peso e suplementos podem controlar os sintomas. Nos casos mais avançados, a cirurgia é a melhor opção para restaurar a mobilidade.
O que devo fazer se suspeitar que meu cão tem displasia de quadril?Procure um veterinário o quanto antes. O diagnóstico precoce é a chave para um tratamento eficaz e prevenção de danos permanentes. Nunca administre medicamentos humanos — eles podem ser tóxicos para cães.
A displasia de quadril afeta o tempo de vida do cão?Não necessariamente, mas sem tratamento adequado o cão pode sofrer limitações severas. Um acompanhamento contínuo e cuidados apropriados garantem uma vida longa e saudável.
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Fontes
Orthopedic Foundation for Animals (OFA)
American College of Veterinary Surgeons (ACVS)
Cornell University College of Veterinary Medicine
Mersin Vetlife Veterinary Clinic – https://share.google/H8IkP1mrDP1BXdOcc




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