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Entrópio em Gatos e Cães – Causas, Sintomas e Tratamento

  • Foto do escritor: VetSağlıkUzmanı
    VetSağlıkUzmanı
  • 15 de out.
  • 16 min de leitura

Atualizado: 8 de nov.

O que é o entrópio em gatos e cães?

O entrópio é uma doença ocular caracterizada pela inversão da borda da pálpebra em direção ao globo ocular. Isso faz com que os cílios e os pelos da margem palpebral entrem em contato direto com a córnea, causando irritação, dor, inflamação, lacrimejamento excessivo e, em casos mais graves, úlceras e perda de visão.

Nos cães, o entrópio ocorre com maior frequência e pode afetar uma ou ambas as pálpebras (superior e/ou inferior). Já nos gatos, o quadro é menos comum, mas pode surgir como consequência de doenças oculares crônicas, traumas ou infecções.

O atrito constante dos cílios sobre a córnea danifica as camadas superficiais do olho e provoca espasmos, secreções oculares e sensibilidade extrema à luz (fotofobia).Se não tratado, o processo inflamatório pode evoluir para ceratite ulcerativa, perfuração da córnea e cegueira permanente.

De acordo com a origem, o entrópio pode ser:

  • Congênito (hereditário): presente desde o nascimento, mais comum em raças predispostas.

  • Adquirido: decorrente de traumas, infecções oculares, cirurgias ou doenças inflamatórias.

  • Espástico: causado por irritação intensa no olho, levando à contração involuntária dos músculos palpebrais.

A gravidade do quadro varia conforme a extensão da borda palpebral afetada e o tempo de exposição da córnea à fricção. Em todos os casos, o tratamento deve ser realizado imediatamente, pois o dano ocular pode se tornar irreversível.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado — clínico ou cirúrgico — garantem uma recuperação completa e preservam a visão do animal.


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Tipos de entrópio: congênito, adquirido e secundário

O entrópio em cães e gatos pode se manifestar de diferentes formas, dependendo da causa e da estrutura anatômica do olho. A seguir estão os principais tipos:

1. Entrópio Congênito (ou Hereditário)

  • É o tipo mais comum, especialmente em cães de raças puras.

  • Ocorre devido a alterações genéticas e estruturais das pálpebras e do formato do crânio.

  • Raças com dobras faciais profundas, excesso de pele ou crânios achatados apresentam maior risco.

  • Manifesta-se logo nos primeiros meses de vida, e geralmente exige cirurgia corretiva definitiva após o crescimento completo do animal.

  • É mais comum nas raças: Shar Pei, Chow Chow, Bulldog Inglês, Cocker Spaniel, São Bernardo e Labrador Retriever.

2. Entrópio Adquirido

  • Desenvolve-se ao longo da vida devido a doenças oculares crônicas, traumas, cirurgias mal cicatrizadas ou infecções repetidas.

  • Também pode ser consequência de envelhecimento, quando há perda de tônus muscular nas pálpebras.

  • Em gatos, é a forma mais frequente e geralmente associada a conjuntivites severas, herpesvírus felino (FHV-1) ou ulcerações corneanas.

  • O tratamento é baseado na remoção da causa primária e, em casos persistentes, na cirurgia reparadora.

3. Entrópio Secundário (ou Espástico)

  • Ocorre quando há espasmo involuntário dos músculos palpebrais devido à dor ocular intensa.

  • É considerado reversível, desde que a causa da irritação seja tratada rapidamente.

  • Geralmente está associado a úlceras de córnea, corpos estranhos ou conjuntivites infecciosas.

  • O uso de colírios anestésicos e anti-inflamatórios, sob prescrição veterinária, alivia a dor e reduz o espasmo.

Cada tipo de entrópio requer uma abordagem específica, e o diagnóstico correto é essencial para evitar complicações e recorrências.Nos casos hereditários, a correção cirúrgica é permanente; nos adquiridos e secundários, o tratamento pode ser clínico e temporário, dependendo da causa subjacente.

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Causas mais comuns do entrópio em gatos e cães

As causas do entrópio em cães e gatos variam conforme a espécie, a idade e a anatomia facial do animal. Em geral, o problema está relacionado a fatores genéticos, estruturais e inflamatórios, podendo ser agravado por condições secundárias.

As principais causas incluem:

1. Predisposição genética e anatômica

É a causa mais frequente em cães. Raças com dobras faciais, excesso de pele e crânios curtos (braquicefálicos) têm maior tendência a apresentar rotação involuntária da pálpebra.A conformação facial — especialmente a frouxidão cutânea e a posição do globo ocular — contribui diretamente para o desenvolvimento do entrópio.

2. Traumas oculares ou cicatrizes

Lesões na região dos olhos, queimaduras químicas, cortes ou cirurgias anteriores podem alterar a anatomia palpebral e provocar a inversão das bordas. Essa forma é chamada de entrópio cicatricial (adquirido).

3. Inflamações crônicas e infecções oculares

Conjuntivites recorrentes, úlceras de córnea e infecções por bactérias ou vírus (como o herpesvírus felino FHV-1) são causas comuns em gatos. Essas doenças provocam espasmos musculares, que acabam invertendo temporariamente as pálpebras.

4. Envelhecimento e flacidez muscular

Com o avanço da idade, os tecidos ao redor dos olhos perdem tonicidade, favorecendo o entrópio senil, principalmente em cães idosos.

5. Doenças sistêmicas e hormonais

Distúrbios endócrinos, como hipotireoidismo, podem reduzir o tônus muscular e alterar o posicionamento natural das pálpebras.

6. Condições dermatológicas

Dermatites alérgicas, inflamações faciais e excesso de dobras de pele agravam a rotação palpebral, especialmente em raças como Shar Pei e Bulldog.

7. Causas mecânicas e comportamentais

O esfregar constante dos olhos — típico de cães e gatos com irritações oculares — pode intensificar o quadro e causar entrópio espástico secundário.

Embora o entrópio possa parecer apenas um problema estético, é uma condição oftalmológica grave. O atrito contínuo dos cílios sobre a córnea gera dor crônica, lacrimejamento e risco de ulceração ocular permanente.Detectar a causa subjacente é fundamental para definir se o tratamento será clínico, cirúrgico ou preventivo.

Raças de cães e gatos mais predispostas ao entrópio

Algumas raças de cães e gatos possuem características anatômicas que aumentam significativamente o risco de entrópio. O formato do crânio, a elasticidade da pele e o tamanho das pálpebras são fatores determinantes.

A tabela abaixo resume as raças mais suscetíveis e suas particularidades:

Espécie

Raça

Predisposição

Observações Clínicas

Cães

Shar Pei

Muito alta

Excesso de pele e dobras faciais profundas. Entrópio bilateral frequente em filhotes.

Cães

Chow Chow

Alta

Predisposição genética associada a inflamações crônicas. Pode ocorrer em pálpebra superior e inferior.

Cães

Bulldog Inglês / Francês

Alta

Crânio braquicefálico e excesso de pele facial favorecem o fechamento do canal ocular.

Cães

Cocker Spaniel

Média a alta

Canal auditivo e ocular mais úmidos; predisposição a inflamações secundárias.

Cães

Labrador Retriever

Média

Flacidez palpebral, especialmente em cães idosos.

Cães

São Bernardo / Mastim Napolitano

Alta

Pálpebras volumosas e queda palpebral exagerada (ectropion + entrópio combinados).

Cães

Poodle e Schnauzer

Média

Entrópio secundário após infecções ou alergias.

Gatos

Persa

Alta

Crânio braquicefálico e formato ocular raso favorecem o contato dos cílios com a córnea.

Gatos

Burmese e Siamês

Média

Entrópio adquirido após inflamações oculares ou cirurgias.

Gatos

Sem raça definida (SRD)

Variável

Causa geralmente secundária a traumas, herpesvírus ou conjuntivites.

Cães com dobras faciais e gatos de raças braquicefálicas (como Persa e Himalaya) exigem monitoramento oftalmológico constante desde filhotes.Em alguns casos, o entrópio congênito se manifesta nos primeiros meses de vida e necessita de intervenção cirúrgica precoce para evitar danos permanentes à córnea.

O reconhecimento dessas raças predispostas é fundamental para orientar tutores e criadores a adotar medidas preventivas — como exames oftalmológicos regulares e seleção genética responsável.


Sintomas clínicos do entrópio em cães e gatos

Os sintomas do entrópio variam conforme a gravidade do caso, o tempo de evolução e a área do olho afetada. No entanto, em todos os casos, a fricção constante dos cílios e pelos sobre a córnea causa irritação intensa, dor e inflamação ocular visível.

Os sinais clínicos mais comuns incluem:

  • Lacrimejamento excessivo (epífora): o olho permanece constantemente úmido devido à irritação e inflamação.

  • Coceira e esfregar dos olhos com as patas ou em objetos: o animal tenta aliviar o desconforto.

  • Olho semicerrado (blefaroespasmo): o cão ou gato mantém o olho parcialmente fechado devido à dor.

  • Vermelhidão conjuntival: inflamação evidente na parte branca do olho.

  • Sensibilidade à luz (fotofobia): o animal evita ambientes claros e tende a se esconder.

  • Secreção ocular espessa: pode ser clara, amarelada ou esverdeada, dependendo da infecção associada.

  • Lesões e úlceras na córnea: em casos crônicos, a fricção causa danos severos na superfície do olho.

  • Pigmentação ou opacidade corneana: resultado de cicatrização repetitiva ou inflamação persistente.

  • Perda parcial ou total da visão, nos casos em que há perfuração da córnea.

Os animais afetados demonstram inquietação, esfregam o rosto com frequência e podem apresentar queda de desempenho e apatia.Em gatos, o entrópio pode ser acompanhado de infecções respiratórias superiores (como as causadas por FHV-1), já que a inflamação ocular costuma estar associada à rinite viral.

O grau de dor e desconforto é proporcional à profundidade da dobra palpebral e ao tempo de exposição da córnea. Quanto mais tempo o problema permanecer sem tratamento, maiores serão as chances de ulceração e cegueira permanente.

Por isso, qualquer sinal de irritação ocular persistente deve ser considerado uma emergência veterinária.

Diagnóstico veterinário do entrópio

O diagnóstico do entrópio em cães e gatos é clínico, baseado no exame físico detalhado dos olhos e na observação dos sinais característicos. O veterinário avalia tanto a estrutura anatômica das pálpebras quanto as alterações secundárias na córnea e na conjuntiva.

O processo diagnóstico envolve:

  1. Exame oftálmico completo:O veterinário examina a posição das pálpebras, o fechamento dos olhos e a integridade da córnea. A presença de cílios ou pelos voltados para dentro é um indicativo claro de entrópio.

  2. Teste de fluoresceína:Esse corante especial é aplicado na superfície do olho para identificar úlceras ou erosões corneanas. As áreas lesionadas absorvem o corante e revelam o dano causado pelo atrito constante.

  3. Avaliação da lágrima (Teste de Schirmer):Mede a produção de lágrimas. Cães e gatos com entrópio podem apresentar olhos excessivamente lacrimejantes ou secos, dependendo do estágio da doença.

  4. Oftalmoscopia:Permite a visualização detalhada do interior do olho e do canal lacrimal, auxiliando na identificação de infecções e inflamações internas.

  5. Fotografia diagnóstica e documentação:Em clínicas especializadas, são feitas fotos para monitorar o progresso do tratamento ou preparar o planejamento cirúrgico.

  6. Diagnóstico diferencial:O veterinário descarta outras condições com sintomas semelhantes, como triquíase (crescimento anormal dos cílios), distiquíase (cílios adicionais na margem palpebral), conjuntivite crônica e ceratite ulcerativa.

Em alguns casos, especialmente em filhotes ou raças predispostas, o veterinário pode realizar uma correção temporária com suturas provisórias, até que o animal atinja idade suficiente para a cirurgia definitiva.

A precisão do diagnóstico é essencial para determinar a melhor abordagem — se o tratamento será clínico (medicamentoso) ou cirúrgico. Com diagnóstico precoce e acompanhamento regular, o prognóstico do entrópio é geralmente muito favorável.


Tratamento do entrópio em gatos e cães

O tratamento do entrópio em cães e gatos depende da causa, da idade do animal e da gravidade da lesão ocular. O objetivo é aliviar a dor, corrigir a posição da pálpebra e prevenir danos permanentes à córnea.

Existem duas abordagens principais: tratamento clínico (temporário) e tratamento cirúrgico (definitivo).

1. Tratamento clínico

Indicado em casos leves, temporários ou quando o entrópio é resultado de inflamação secundária (espástico).O foco é controlar a dor, a inflamação e proteger a córnea até que a causa primária seja resolvida.

O tratamento clínico inclui:

  • Colírios lubrificantes e cicatrizantes: criam uma camada protetora sobre a córnea, reduzindo o atrito e prevenindo úlceras.

  • Pomadas oftálmicas antibióticas: usadas quando há infecção bacteriana associada.

  • Colírios anti-inflamatórios e anestésicos (sob prescrição): diminuem o espasmo palpebral e o desconforto ocular.

  • Antibióticos sistêmicos: indicados quando há infecção profunda ou lesões ulcerativas.

  • Suturas temporárias (“tacking”): em filhotes de raças predispostas (como Shar Pei e Chow Chow), o veterinário realiza pequenas suturas na pele da pálpebra para mantê-la na posição correta até o crescimento completo.

Essa abordagem é útil em casos de entrópio espástico ou transitório, comum em infecções oculares agudas ou traumas leves. No entanto, se o problema persistir ou for congênito, a cirurgia corretiva definitiva é necessária.

Cirurgia corretiva: como é feita e qual o prognóstico

A cirurgia corretiva (blefaroplastia) é o tratamento definitivo para o entrópio em cães e gatos. O procedimento visa reposicionar a borda da pálpebra para que ela volte à sua posição anatômica normal, impedindo o atrito dos cílios com a córnea.

Etapas da cirurgia:

  1. Avaliação pré-operatória:

    • O veterinário realiza exames oftalmológicos completos, incluindo teste de fluoresceína e avaliação do tímpano ocular.

    • Nos casos com úlcera de córnea, o tratamento antibiótico é iniciado antes da cirurgia para estabilizar o olho.

  2. Anestesia e preparo:

    • O animal é sedado e recebe anestesia geral.

    • A área ao redor dos olhos é cuidadosamente raspada e higienizada com soluções antissépticas.

  3. Técnica cirúrgica:

    • O veterinário remove uma pequena faixa de pele na margem palpebral afetada, ajustando a tensão e reposicionando a pálpebra.

    • Pontos finos de sutura são aplicados para manter a nova posição.

    • Em filhotes, podem ser usadas técnicas parciais para permitir ajustes conforme o crescimento.

  4. Pós-operatório imediato:

    • O cão ou gato deve usar colar elizabetano por pelo menos 10 dias para evitar coçar a área.

    • São aplicados colírios antibióticos e anti-inflamatórios conforme prescrição.

    • O controle de dor é feito com analgésicos e anti-inflamatórios orais.

  5. Tempo de recuperação:

    • A cicatrização ocorre entre 10 e 15 dias.

    • Os pontos são removidos após 7 a 14 dias, dependendo da técnica.

    • A revisão pós-operatória é essencial para garantir que a pálpebra permaneça na posição correta.

Prognóstico

O prognóstico do entrópio cirúrgico é muito bom quando diagnosticado e tratado precocemente.Em 90% dos casos, a cirurgia corrige definitivamente o problema, restaurando o conforto e a saúde ocular do animal.

No entanto, em raças com excesso de pele (como Shar Pei e Bulldog), pode haver necessidade de ajustes cirúrgicos adicionais ao longo da vida.Quando não tratado, o entrópio pode causar úlceras profundas, perfuração corneana e cegueira irreversível.

A cirurgia é considerada segura, rápida e altamente eficaz, desde que realizada por um profissional experiente e acompanhada de cuidados pós-operatórios adequados.


Cuidados pós-operatórios e prevenção de complicações

Após a cirurgia de correção do entrópio, o período pós-operatório é fundamental para o sucesso do tratamento e para evitar complicações. Mesmo sendo uma cirurgia de rotina, o cuidado inadequado pode levar à recidiva da condição ou à infecção da área operada.

Os principais cuidados incluem:

1. Proteção mecânica com colar elizabetano

O uso do colar é indispensável por, no mínimo, 10 a 14 dias, até a remoção dos pontos. Isso impede que o animal coce os olhos ou esfregue o rosto, o que pode abrir os pontos ou contaminar a ferida cirúrgica.

2. Higiene e medicação local

  • Aplique colírios antibióticos e anti-inflamatórios conforme prescrição veterinária.

  • Limpe delicadamente a região ao redor do olho com gaze estéril e solução fisiológica, sempre que houver secreção.

  • Evite produtos caseiros ou pomadas humanas, que podem irritar o olho ou prejudicar a cicatrização.

3. Controle da dor e do inchaço

O veterinário geralmente prescreve anti-inflamatórios e analgésicos orais. É importante seguir rigorosamente as doses e horários para garantir conforto e reduzir o risco de edema pós-operatório.

4. Restrição de atividades físicas

Durante os primeiros 10 dias, o cão ou gato deve permanecer em ambiente calmo, sem correr, brincar de forma brusca ou interagir com outros animais que possam causar ferimentos acidentais.

5. Revisões veterinárias regulares

As consultas de retorno são essenciais. O veterinário verifica se o olho está cicatrizando corretamente, se há sinais de infecção e se o posicionamento da pálpebra está adequado.Em alguns casos, pode ser necessário realizar pequenos ajustes cirúrgicos ou remover fios de sutura antes do previsto.

6. Prevenção de novas lesões

  • Evite exposição excessiva a vento, poeira e fumaça durante o período de recuperação.

  • Para raças predispostas, mantenha a rotina de limpeza ocular e hidratação da córnea com colírios lubrificantes.

  • Realize exames oftalmológicos preventivos a cada 6 a 12 meses, especialmente em cães com histórico familiar de entrópio.

Com esses cuidados, a recuperação é rápida e sem complicações. O prognóstico pós-cirúrgico é excelente, e o animal volta a ter conforto ocular e visão normal em poucas semanas.

Consequências do entrópio não tratado

O entrópio não tratado representa uma das principais causas de cegueira evitável em cães e gatos.O atrito contínuo dos cílios sobre a córnea causa dano progressivo e irreversível aos tecidos oculares, levando a complicações severas.

As principais consequências incluem:

1. Úlcera de córnea

O contato constante dos pelos causa ferimentos superficiais que evoluem para úlceras profundas.Essas lesões são extremamente dolorosas e podem perfurar a córnea, levando à perda do globo ocular.

2. Ceratite crônica e pigmentação corneana

A irritação constante estimula o depósito de pigmentos escuros na superfície da córnea, reduzindo a transparência e prejudicando a visão.

3. Infecções secundárias

A inflamação persistente abre portas para bactérias e fungos, causando infecções que agravam o quadro e dificultam o tratamento cirúrgico futuro.

4. Dor crônica e desconforto permanente

Animais com entrópio sofrem com coceira, lacrimejamento e dor contínuos. Isso compromete o apetite, o comportamento e o bem-estar geral.

5. Perfuração corneana e cegueira total

Nos estágios avançados, a córnea perde sua integridade e pode romper, levando à cegueira irreversível e até à necessidade de remoção cirúrgica do olho (enucleação).

6. Recorrência de inflamações

Mesmo quando a infecção é controlada temporariamente com colírios, o problema estrutural da pálpebra persiste, resultando em reinfecções contínuas e inflamações repetidas.

O entrópio é uma condição dolorosa e progressiva, que nunca se resolve sozinha. Quanto mais cedo o diagnóstico e a correção cirúrgica forem realizados, melhores são as chances de preservar a visão e o conforto do animal.Ignorar os sintomas ou adiar o tratamento pode resultar em sequelas permanentes.

O tutor tem papel decisivo: reconhecer os sinais, buscar ajuda veterinária imediatamente e seguir o tratamento até o fim são as chaves para garantir a recuperação completa.


Responsabilidades do tutor durante o tratamento

O sucesso do tratamento do entrópio em cães e gatos depende diretamente da dedicação e do comprometimento do tutor. Mesmo após uma cirurgia bem-sucedida, os cuidados domiciliares e as revisões veterinárias são indispensáveis para garantir uma recuperação completa e evitar recidivas.

As principais responsabilidades do tutor incluem:

1. Seguir rigorosamente as orientações veterinárias

Cada caso de entrópio é diferente, e o veterinário definirá o protocolo de tratamento ideal. É essencial administrar todos os medicamentos — colírios, antibióticos e anti-inflamatórios — nos horários e nas dosagens exatas.Suspender o tratamento precocemente pode provocar recaídas ou infecções secundárias.

2. Manter a higiene ocular

A limpeza do olho deve ser feita com gaze estéril e soro fisiológico, conforme orientação do veterinário.Remova suavemente secreções secas ao redor da pálpebra, evitando o uso de algodão (que solta fiapos) e produtos caseiros que podem irritar o olho.

3. Prevenir coceiras e traumas

O uso do colar elizabetano é obrigatório até o término da recuperação. Ele impede que o animal coce os olhos ou esfregue o rosto, o que poderia romper os pontos e atrasar a cicatrização.

4. Garantir um ambiente seguro e limpo

Durante o período de recuperação, o cão ou gato deve permanecer em local tranquilo, longe de poeira, fumaça e outros animais que possam causar acidentes.Evite passeios ao ar livre até a liberação do veterinário.

5. Comparecer às revisões de acompanhamento

As consultas de retorno são fundamentais para verificar o posicionamento da pálpebra, o processo de cicatrização e a ausência de infecções.O veterinário pode ajustar o tratamento ou recomendar novas medidas preventivas.

6. Manter acompanhamento a longo prazo

Em raças predispostas, o tutor deve realizar exames oftalmológicos periódicos. Mesmo após a cirurgia, pode haver necessidade de pequenos ajustes estéticos ou correções complementares conforme o envelhecimento do animal.

O tutor é parte essencial do processo terapêutico. Seguindo corretamente as orientações e mantendo vigilância contínua, é possível garantir que o animal recupere totalmente o conforto ocular e tenha uma vida longa, saudável e sem dor.


Perguntas Frequentes sobre Entrópio em Gatos e Cães

O que é o entrópio em cães e gatos?

O entrópio é uma condição em que a borda da pálpebra se dobra para dentro, fazendo com que os cílios e pelos entrem em contato com o olho. Isso causa dor, irritação, inflamação e, em casos graves, pode levar à cegueira se não for tratado.

O entrópio é uma doença comum?

Sim. É mais frequente em cães, especialmente de raças com dobras faciais ou orelhas grandes. Em gatos, é mais raro e costuma ser consequência de infecções oculares ou traumas.

Quais são as causas do entrópio?

As principais causas são genéticas (hereditárias), traumas, inflamações oculares crônicas, envelhecimento e doenças de pele ao redor dos olhos. Algumas raças têm predisposição anatômica.

O entrópio é doloroso para o animal?

Sim. O atrito constante dos pelos sobre a córnea causa dor intensa, lacrimejamento, coceira e desconforto. O animal pode esfregar o rosto, ficar irritado e até perder o apetite devido à dor.

Quais são os sintomas mais comuns do entrópio?

Os sintomas incluem olhos lacrimejantes, vermelhidão, coceira, secreção ocular, sensibilidade à luz e, em casos mais graves, úlceras de córnea e perda de visão.

Como saber se meu cão ou gato tem entrópio?

Se o animal mantém o olho semicerrado, lacrimeja constantemente e demonstra dor ao toque, pode ser um sinal de entrópio. Apenas o veterinário, através de exame oftálmico, pode confirmar o diagnóstico.

Quais raças são mais propensas ao entrópio?

Entre os cães: Shar Pei, Chow Chow, Cocker Spaniel, Bulldog, Labrador, São Bernardo e Poodle.Entre os gatos: Persa, Siamês e Burmese. Essas raças têm anatomia facial que favorece o problema.

O entrópio pode afetar ambos os olhos?

Sim. Em muitos casos, o entrópio é bilateral, afetando os dois olhos, principalmente em raças predispostas ou em casos de origem hereditária.

O entrópio pode piorar com o tempo?

Sim. É uma doença progressiva. O atrito constante dos cílios causa feridas e inflamação na córnea, que pioram com o tempo e podem levar à cegueira.

Como é feito o diagnóstico do entrópio?

O veterinário realiza um exame oftálmico completo com otoscópio e fluoresceína, avaliando o posicionamento das pálpebras e a presença de lesões na córnea.

O tratamento do entrópio é sempre cirúrgico?

Nem sempre. Casos leves ou temporários (espásticos) podem ser tratados com colírios lubrificantes e anti-inflamatórios. No entanto, os casos congênitos e graves exigem cirurgia corretiva (blefaroplastia).

Como funciona a cirurgia de correção do entrópio?

A cirurgia consiste em reposicionar a pálpebra para impedir que os cílios toquem o olho. É um procedimento rápido, feito sob anestesia, com recuperação média de 10 a 15 dias.

O entrópio pode voltar após a cirurgia?

Raramente. Em raças com excesso de pele facial (como Shar Pei e Bulldog), pode ocorrer recidiva e exigir uma segunda correção. Em geral, o resultado é permanente.

Quanto tempo leva para o animal se recuperar da cirurgia?

A recuperação leva de 10 a 15 dias, com uso de colar elizabetano, colírios antibióticos e anti-inflamatórios. O veterinário deve reavaliar o animal após esse período.

A cirurgia de entrópio é segura?

Sim. É um procedimento de rotina com alta taxa de sucesso. Quando realizada por um veterinário experiente e com os cuidados pós-operatórios adequados, o prognóstico é excelente.

Filhotes podem ter entrópio?

Sim. É comum em raças predispostas. Em filhotes, o veterinário pode realizar suturas temporárias até que o animal cresça e possa passar pela cirurgia definitiva.

Gatos também precisam de cirurgia para entrópio?

Na maioria dos casos, sim. Se o problema for causado por infecção ou trauma, o tratamento clínico pode resolver. Mas se houver deformação anatômica, a cirurgia é necessária.

O entrópio é contagioso?

Não. O entrópio é uma condição anatômica ou inflamatória, não uma infecção. Contudo, as infecções secundárias no olho devem ser tratadas para evitar complicações.

O que acontece se o entrópio não for tratado?

A fricção contínua causa úlceras de córnea, infecção, dor crônica e cegueira irreversível. Em casos avançados, pode ser necessária a remoção completa do olho (enucleação).

Posso usar colírios por conta própria?

Não. O uso de colírios sem prescrição pode mascarar sintomas e agravar a lesão. O veterinário deve indicar o produto correto, de acordo com o tipo de entrópio e infecção.

O colar elizabetano é realmente necessário?

Sim. O colar impede que o animal coce os olhos ou esfregue o rosto, o que poderia abrir os pontos e causar infecção no período de recuperação.

Cães idosos podem desenvolver entrópio?

Sim. O entrópio senil ocorre por flacidez muscular nas pálpebras e pode ser corrigido com cirurgia simples e rápida.

Como posso prevenir o entrópio?

A prevenção envolve seleção genética responsável, higiene ocular regular, controle de infecções e visitas periódicas ao veterinário para avaliação oftalmológica.

O entrópio tem cura definitiva?

Sim. A cirurgia corretiva é o tratamento definitivo e restaura o conforto e a saúde ocular do animal.

O prognóstico após o tratamento é bom?

Excelente. Quando tratado a tempo, o animal recupera completamente a visão e o conforto ocular, voltando à vida normal em poucas semanas.

Fontes

  • American College of Veterinary Ophthalmologists (ACVO) – Clinical Guidelines for Eyelid Disorders in Dogs and Cats

  • World Small Animal Veterinary Association (WSAVA) – Ophthalmology Standards and Surgical Recommendations

  • Merck Veterinary Manual – Entropion in Dogs and Cats

  • European College of Veterinary Ophthalmologists (ECVO) – Eyelid Malformations and Management in Companion Animals

  • Mersin Vetlife Veterinary Clinic – Haritada Aç: https://share.google/XPP6L1V6c1EnGP3Oc

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