Piometra Canina (Infecção Uterina) – Sintomas, Diagnóstico, Tratamento, Cirurgia e Cuidados Pós-Operatórios - piometra em cães
- VetSağlıkUzmanı 
- 3 de out.
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A piometra em cadelas é uma infecção uterina grave e potencialmente fatal, na qual o útero se enche de pus devido a alterações hormonais e infecção bacteriana ascendente (geralmente E. coli). Ocorre com frequência semanas após o cio. Sem tratamento imediato, pode evoluir para sepse, peritonite, falência orgânica e morte.

Respostas Rápidas - piometra em cães
- É fatal? Sim, se não tratada. 
- Tratamento definitivo: Ovariohisterectomia (OVH) de emergência + fluidoterapia IV + antibióticos. 
- Antibióticos sozinhos resolvem? Não. Podem ser usados temporariamente se a anestesia for arriscada, mas a cura é cirúrgica. 
- Piometra aberta x fechada: Aberta: secreção vulvar purulenta/hemorrágica. Fechada: sem secreção; risco maior de ruptura e sepse. 
- Diagnóstico de escolha: Ultrassonografia. 
- Cadelas castradas podem ter piometra? Não após OVH completa; raramente ocorre piometra de coto se restar tecido ovariano. 
Causas e Fatores de Risco
- Progesterona: após o estro, o colo uterino fecha, o tônus uterino cai e a secreção aumenta, facilitando a infecção. piometra em cães 
- Complexo HEC–Piometra: a Hiperplasia Endometrial Cística causada pela estimulação hormonal crônica predispõe à infecção. 
- Infecção ascendente: geralmente E. coli, mas também estafilococos/estreptococos. 
- Risco aumentado em: fêmeas adultas/não castradas, nunca gestantes, cio frequente, uso de injeções de progestágeno para suprimir cio. 
Sintomas Clínicos
Gerais
- Letargia, anorexia, vômitos 
- Polidipsia/poliúria (efeito das endotoxinas nos rins) 
- Distensão abdominal, dor, febre ou hipotermia 
Piometra aberta
- Secreção vulvar purulenta ou sanguinolenta e fétida 
- Lambeção frequente da vulva 
Piometra fechada
- Sem secreção externa; o útero dilata rapidamente 
- Risco maior de ruptura e peritonite, quadro clínico mais grave 
É uma Emergência?
Sim. A cadela com piometra pode deteriorar em horas–dias por choque séptico, CID, falência renal/hepática ou ruptura uterina. Requer atendimento imediato.
Diagnóstico
- Histórico e exame clínico: doença após o cio, dor abdominal, secreção vulvar (na forma aberta). 
- Exames laboratoriais: - Hemograma: leucocitose com desvio; leucopenia em sepse avançada. 
- Bioquímica: azotemia, alterações hepáticas, distúrbios eletrolíticos. 
- Marcadores inflamatórios: PCR/SAA elevados. 
 
- Imagem: - Ultrassom (gold standard): cornos uterinos dilatados e cheios de líquido. 
- Raio-X: ajuda a diferenciar de gestação e detectar líquido livre. 
 
- Citologia/ cultura vaginal: se possível, para direcionar antibiótico. 
Tratamento
1) Cirúrgico – Ovariohisterectomia (OVH) Tratamento de Escolha
- Indicações: Todas as fechadas; a maioria das abertas moderadas–graves; fêmeas sem plano reprodutivo. 
- Estabilização prévia: - Fluidoterapia IV para corrigir desidratação e eletrólitos 
- Antibióticos de amplo espectro (ex.: amoxicilina-clavulanato ou cefalosporina + enrofloxacino) 
- Antieméticos, protetores gástricos; evitar AINE até estabilizar função renal 
 
- Anestesia: Inalatória (isoflurano/sevoflurano) com monitorização (ECG, SpO₂, capnografia, PA, temperatura). 
- Cirurgia: abordagem pela linha média; retirada de útero e ovários sem extravasar conteúdo; lavagem abdominal se necessário. 
- Resultado: Definitivo, não recidiva após OVH completa. 
2) Manejo Médico – Casos Restritos
- Apenas para reprodutoras com piometra aberta leve e sob monitorização intensiva. 
- Pode incluir prostaglandinas/aglepristona + antibióticos. 
- Alta taxa de recidiva (>50%); não indicado em piometra fechada ou pacientes graves. 
- Alguns centros realizam drenagem transcervical como suporte em casos abertos selecionados. 
3) Quando a Anestesia é Inviável (Ponte Temporária)
- Em pacientes com cardiopatia, doença respiratória grave ou choque refratário: - Fluidoterapia IV, antibióticos IV, oxigênio, suporte térmico 
- Prostaglandina/aglepristona se colo aberto 
- Cirurgia assim que estabilizar 
 
- Antibióticos isolados não curam; risco de ruptura/sepse continua. 
Pós-Operatório e Riscos
Internação (24–48 h): fluidos/antibióticos, monitorização de temperatura, dor, pressão arterial e diurese.Em casa (10–14 dias):
- Colar elizabetano, manter incisão seca, restringir corrida/saltos 
- Administrar analgésicos e antibióticos conforme prescrição; não usar medicamentos humanos 
- Procurar veterinário se houver secreção fétida, dor intensa, febre, vômito/diarreia, anorexia 
Complicações possíveis:
- Hemorragia, infecção da ferida, seroma/hematoma 
- Peritonite (sobretudo em ruptura), sepse 
- Lesão renal por endotoxemia 
- Raro: piometra de coto se restar tecido ovariano 
Prognóstico: Bom–excelente com cirurgia precoce; reservado em piometra fechada/tardia.
Cadelas Castradas Podem Ter Piometra?
Não após OVH completa. Mas pode ocorrer piometra de coto se houver tecido ovariano remanescente. Injeções hormonais também podem simular ciclo e elevar o risco.
Vaginites x Piometra
- Vaginite: secreção local, estado geral bom, útero normal no ultrassom. 
- Piometra: doença sistêmica + útero dilatado cheio de líquido no ultrassom. 
A Piometra Pode Ser Curada Apenas com Antibióticos?
Não. Antibióticos reduzem temporariamente a carga bacteriana, mas o útero permanece cheio de pus e toxinas. A cirurgia é a única cura definitiva.
Custo da Cirurgia de Piometra em Cadelas
(valores médios; variam conforme cidade, clínica, porte e gravidade do caso)
Brasil – BRL
| Porte | Piometra Aberta (OVH) | Piometra Fechada/Septicemia | Custos adicionais | 
| Pequeno (<10 kg) | R$ 1.500 – 2.500 | R$ 2.500 – 4.000 | Consulta/urgência R$ 120–300, hemograma+bioquímica R$ 200–500, ultrassom R$ 300–700, fluidos IV R$ 150–400, antibióticos R$ 100–300, analgesia R$ 80–200, colar R$ 50–100, internação R$ 250–600/dia | 
| Médio (10–25 kg) | R$ 1.800 – 3.200 | R$ 3.000 – 4.800 | ↑ mesmos | 
| Grande (25–40 kg) | R$ 2.200 – 3.800 | R$ 3.500 – 5.500 | ↑ | 
| Gigante (>40 kg) | R$ 2.500 – 4.500 | R$ 4.000 – 6.500+ | UTI R$ 600–1.500/dia em casos críticos | 
| Laparoscópica (rara) | + R$ 2.000 – 3.500 | — | Depende do centro | 
Referências
- AVMA – Spay/Neuter & Saúde Reprodutiva 
- AAHA – Diretrizes sobre piometra canina 
- Royal Veterinary College (RVC, UK) – Recursos sobre piometra e HEC 
- Cornell University College of Veterinary Medicine – Visão geral de piometra canina 
- PetMD / Pet Health Network – Pyometra in Dogs 
- Clínica Veterinária VetLife, Mersin (Turquia) – Localização no Google Maps 




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