Castração de gatos machos (orquiectomia)
- VetSağlıkUzmanı

- 1 oct
- 16 Min. de lectura
Actualizado: 5 nov
O que é a castração de gatos machos (orquiectomia)
A castração de gatos machos, também chamada de orquiectomia, é um procedimento cirúrgico de rotina que consiste na remoção dos testículos do animal, com o objetivo de impedir a reprodução e reduzir comportamentos indesejados associados aos hormônios sexuais, especialmente à testosterona.
A cirurgia é simples, segura e amplamente praticada em clínicas veterinárias de todo o mundo. Realizada sob anestesia geral, a orquiectomia é considerada um dos pilares da medicina preventiva felina, trazendo benefícios comportamentais, sanitários e de saúde pública.
Durante o procedimento, o cirurgião realiza uma pequena incisão escrotal ou pré-escrotal para exteriorizar os testículos e ligar os vasos sanguíneos e ductos deferentes. O tempo cirúrgico é curto, normalmente entre 10 e 20 minutos, dependendo da técnica e do porte do gato.O animal pode receber alta no mesmo dia, desde que se recupere bem da anestesia e apresente parâmetros fisiológicos estáveis.
A castração de machos é também uma medida importante para controle populacional de felinos, reduzindo a quantidade de animais errantes e o abandono, além de minimizar disputas territoriais e transmissão de doenças infecciosas.

Indicações clínicas e benefícios do procedimento
A castração não é apenas um ato de controle reprodutivo, mas uma intervenção com forte impacto na qualidade de vida e na saúde do gato. Abaixo estão as principais indicações clínicas e os benefícios reconhecidos do procedimento:
Indicações clínicas
Controle da reprodução: prevenção de ninhadas indesejadas e cruzamentos não planejados.
Comportamento territorial: redução significativa de marcações urinárias e de brigas entre machos.
Agressividade e estresse social: machos castrados são menos propensos a disputas hierárquicas e mordidas.
Prevenção de doenças reprodutivas: evita orquites, epididimites, tumores testiculares e hérnias escrotais.
Saúde pública e zoonoses: diminui o risco de transmissão de FIV (vírus da imunodeficiência felina) e FeLV (leucemia felina) entre gatos que lutam por território.
Controle populacional: ferramenta essencial em programas de captura, castração e devolução (CCD) e em colônias urbanas.
Benefícios comportamentais e clínicos
Redução de marcação com urina: comportamento controlado em mais de 90% dos casos.
Menor desejo de fuga: gatos castrados têm menor tendência a sair em busca de fêmeas no cio.
Diminuição da agressividade: melhora na convivência entre gatos e com humanos.
Prevenção de tumores testiculares e prostáticos: elimina o risco de câncer nos testículos e reduz o estímulo hormonal sobre a próstata.
Melhoria da higiene e do ambiente doméstico: redução de odores e comportamentos indesejados ligados à testosterona.
A castração, portanto, é um procedimento terapêutico e profilático que beneficia tanto o animal quanto o tutor e a comunidade, contribuindo para a saúde, o equilíbrio comportamental e o bem-estar geral do gato.

Idade ideal e avaliação pré-operatória
A idade ideal para castração de gatos machos varia conforme o estado de saúde, o porte e o contexto ambiental do animal. No entanto, a maioria das diretrizes veterinárias recomenda que o procedimento seja realizado entre 5 e 7 meses de idade, antes que o gato alcance a maturidade sexual.
Nessa fase, os testículos já estão completamente formados e o animal apresenta baixo risco anestésico. Castrações precoces (a partir das 8–10 semanas) são seguras e indicadas especialmente em programas de controle populacional ou em gatinhos adotados muito jovens, desde que estejam saudáveis e com peso mínimo de 1 kg.
Fatores que influenciam o momento ideal
Maturidade sexual: a castração antes do início do comportamento de marcação urinária previne o hábito de forma definitiva.
Condição corporal: gatos com sobrepeso, desnutrição ou doenças sistêmicas devem ser estabilizados antes da cirurgia.
Convivência com outros animais: em ambientes com múltiplos gatos, a castração precoce reduz brigas e tensões hierárquicas.
Histórico médico: animais com cardiopatias, doenças respiratórias ou renais exigem avaliação específica e protocolos anestésicos personalizados.
Avaliação pré-operatória
Todo paciente deve ser submetido a uma avaliação clínica completa antes da orquiectomia. O exame inclui:
Anamnese detalhada: histórico médico, uso de medicamentos e alergias conhecidas.
Exame físico completo: ausculta cardíaca e pulmonar, verificação de mucosas, temperatura e peso corporal.
Exames laboratoriais recomendados:
Hemograma completo;
Perfil renal (ureia e creatinina);
Enzimas hepáticas (ALT, AST, FA);
Glicemia e eletrólitos.
Em gatos adultos, é recomendada também a sorologia para FIV e FeLV, especialmente em animais de origem desconhecida.Essas medidas permitem ao veterinário avaliar o risco anestésico e adotar o protocolo anestésico mais seguro para cada paciente.

Preparação do paciente antes da cirurgia
A preparação adequada do paciente é essencial para garantir um procedimento cirúrgico seguro e com recuperação rápida. Gatos bem preparados apresentam menor risco anestésico, melhor cicatrização e menos complicações pós-operatórias.
1. Jejum alimentar e hídrico
O gato deve permanecer 8 a 12 horas em jejum de alimento sólido antes da anestesia.
A água pode ser oferecida até 2–3 horas antes do procedimento.
Filhotes com menos de 4 meses devem ter o jejum reduzido para 4 a 6 horas, evitando hipoglicemia.
2. Controle de ecto e endoparasitas
Antes da cirurgia, o veterinário pode indicar o uso de antiparasitários internos e externos (como ivermectina, milbemicina ou produtos tópicos modernos como NexGard Combo).
A ausência de parasitas contribui para uma recuperação mais tranquila e reduz riscos infecciosos.
3. Banho e higienização
O banho pode ser realizado 24 a 48 horas antes da cirurgia, especialmente se o animal vive em ambiente externo.
O uso de shampoos neutros é preferível, evitando irritações cutâneas.
A área escrotal será higienizada novamente na clínica antes da incisão cirúrgica, com antissépticos apropriados (clorexidina ou PVPI).
4. Controle do estresse
Gatos são muito sensíveis a alterações de rotina. O uso de feromônios sintéticos ou tranquilizantes leves pode ser indicado para reduzir a ansiedade pré-operatória.
O tutor deve transportar o gato em caixa de transporte ventilada, evitando ruídos e movimentos bruscos.
5. Internação e estabilização
Ao chegar à clínica, o gato é pesado novamente e recebe cateter intravenoso para administração de fluidos e medicamentos.
São aplicados analgésicos e antibióticos profiláticos, conforme o protocolo definido pelo veterinário.
O preparo criterioso é fundamental para garantir que o animal entre na cirurgia em estado fisiológico ideal, maximizando a segurança anestésica e promovendo uma recuperação mais rápida e confortável.

Técnica cirúrgica passo a passo (orquiectomia felina)
A orquiectomia em gatos machos é considerada uma cirurgia de rotina e baixo risco, mas exige técnica asséptica rigorosa e conhecimento anatômico preciso. Existem duas abordagens principais: técnica aberta e técnica fechada, sendo a escolha dependente da preferência do cirurgião e do porte do animal.
1. Posicionamento e antissepsia
O gato é colocado em decúbito dorsal (barriga para cima) ou decúbito lateral com as patas traseiras levemente afastadas.
A região escrotal e inguinal é tricotomizada (raspagem dos pelos) e limpa com clorexidina degermante seguida de solução alcoólica.
É feita a colocação de campos cirúrgicos estéreis, isolando completamente a área de incisão.
2. Incisão escrotal ou pré-escrotal
Realiza-se uma pequena incisão longitudinal em cada testículo, na linha média do escroto (técnica escrotal), ou uma única incisão logo cranial ao escroto (técnica pré-escrotal).
A escolha da incisão depende da idade e do tamanho testicular — filhotes e jovens geralmente são castrados pela via escrotal.
3. Exteriorização dos testículos
Cada testículo é gentilmente pressionado até protruir pela incisão.
O funículo espermático (contendo o ducto deferente, artéria e veia testicular) é identificado e tracionado cuidadosamente.
4. Ligadura e secção
Existem duas técnicas principais:
a) Ligadura convencional (com fio cirúrgico):
O ducto deferente e os vasos são ligados separadamente com fio absorvível (geralmente poliglactina 910 3-0).
Após a ligadura, o testículo é seccionado distalmente e removido.
b) Técnica de auto-ligadura (sem fio):
Utilizada em gatos jovens.
O cirurgião faz um nó manual entre o ducto deferente e o plexo pampiniforme, promovendo hemostasia sem necessidade de material de sutura.
5. Hemostasia e fechamento
Verifica-se a ausência de sangramento ativo.
Em técnicas escrotais, não há necessidade de sutura — as incisões cicatrizam por segunda intenção.
Em técnicas pré-escrotais, pode-se fechar a pele com pontos simples absorvíveis.
6. Tempo cirúrgico e alta
O tempo médio de cirurgia é de 10 a 20 minutos.
Após o término, aplica-se pomada antibiótica tópica e o animal é mantido em recuperação anestésica supervisionada.
Em casos normais, a alta ocorre no mesmo dia, após estabilização completa.
Cuidados anestésicos e monitoramento intraoperatório
O sucesso da castração felina depende diretamente do manejo anestésico e monitoramento contínuo do paciente. Mesmo sendo um procedimento simples, a anestesia deve ser conduzida com protocolos seguros, adaptados ao estado clínico do gato.
1. Protocolo anestésico mais utilizado
O esquema pode variar conforme a condição física e o equipamento disponível, mas um protocolo padrão inclui:
Premedicação: associação de cetamina (5–10 mg/kg) com midazolam (0,2 mg/kg) ou dexmedetomidina (5 µg/kg), aplicada por via intramuscular.
Indução: realizada com propofol (4–6 mg/kg IV) ou alfaxalona (2–3 mg/kg IV), garantindo indução suave e rápida.
Manutenção: com anestesia inalatória (isoflurano ou sevoflurano) em sistema fechado, quando disponível.
Analgesia multimodal: aplicação de meloxicam (0,2 mg/kg SC) e buprenorfina (0,01–0,02 mg/kg IM ou IV) para controle da dor.
2. Monitoramento dos parâmetros vitais
Durante todo o procedimento, o anestesista deve monitorar:
Frequência cardíaca (FC): 120–180 bpm.
Frequência respiratória (FR): 20–40 mov/min.
Saturação de oxigênio (SpO₂): ≥ 95%.
Temperatura corporal: manter acima de 37 °C, prevenindo hipotermia com manta térmica.
Reflexos pupilares e palpebrais: indicam profundidade anestésica adequada.
3. Cuidados específicos durante a cirurgia
Evitar compressão torácica excessiva durante o posicionamento.
Garantir oxigenação constante e acesso venoso pérvio.
Minimizar manipulações bruscas, pois gatos são sensíveis a estímulos e ruídos.
Aplicar colírio lubrificante para prevenir ressecamento ocular.
4. Despertar anestésico
O animal deve ser mantido em ambiente silencioso, aquecido e sob observação direta até a recuperação completa.
A intubação só deve ser removida quando houver reflexo de deglutição presente.
Monitorar por pelo menos 30 a 60 minutos após o término da anestesia, garantindo retorno pleno da coordenação motora e estabilidade cardiovascular.
A condução anestésica correta reduz o estresse, evita complicações e garante recuperação segura e confortável para o paciente felino.
Cuidados pós-operatórios imediatos
Os cuidados pós-operatórios nas primeiras 24 horas após a castração são cruciais para evitar complicações e garantir uma recuperação tranquila. Gatos geralmente se recuperam rapidamente da orquiectomia, mas a atenção do tutor nas primeiras horas é determinante para o sucesso do procedimento.
1. Supervisão e ambiente
O animal deve ser mantido em ambiente calmo, silencioso e aquecido, longe de outros animais e crianças.
Evite luz intensa e sons altos, pois os gatos podem apresentar hipersensibilidade sensorial durante o despertar anestésico.
A caixa de transporte pode ser usada como abrigo temporário, forrada com toalhas limpas.
2. Recuperação anestésica
Após a anestesia, alguns gatos podem apresentar desorientação, tremores ou miados excessivos; esses sinais são transitórios.
Nunca force o animal a comer ou beber enquanto ainda estiver grogue.
A alimentação pode ser oferecida após 6 a 8 horas, em pequenas porções e consistência macia.
3. Controle da dor e inflamação
O manejo da dor é parte essencial do pós-operatório.
Analgésicos recomendados: meloxicam, buprenorfina ou tolfedina, conforme prescrição veterinária.
Duração média: 2 a 3 dias, podendo ser estendida em casos sensíveis.
Antibióticos profiláticos: geralmente de uso único durante a cirurgia, mas podem ser mantidos por 3 a 5 dias se houver indicação clínica.
4. Monitoramento do local cirúrgico
Observar o escroto e a região da incisão diariamente. É normal leve inchaço ou coloração rosada nos primeiros dias.
Caso haja sangramento persistente, secreção purulenta ou odor, procure o veterinário imediatamente.
Impedir que o gato lamba o local — o uso de colar elizabetano é fortemente recomendado por 7 dias.
5. Restrição de movimentos
Evitar saltos e brincadeiras intensas durante 3 a 5 dias.
O gato deve permanecer em ambiente controlado e limpo, preferencialmente dentro de casa.
A areia da caixa sanitária deve ser substituída por papel picado ou granulado higiênico não aderente para prevenir contaminação da ferida.
Esses cuidados iniciais garantem uma cicatrização adequada e reduzem a incidência de complicações como infecções, deiscências e inflamações locais.
Recuperação completa e manejo domiciliar
A recuperação completa após a orquiectomia é rápida — na maioria dos casos, entre 7 e 10 dias — desde que o manejo domiciliar seja realizado corretamente.
1. Controle da ferida cirúrgica
A região escrotal cicatriza por segunda intenção (sem sutura), o que é normal na técnica escrotal.
É fundamental manter a área seca e limpa; não aplicar pomadas, álcool ou antissépticos sem orientação veterinária.
Qualquer formação de crosta ou leve inchaço tende a regredir espontaneamente.
2. Alimentação
Após a primeira refeição leve no dia da cirurgia, o gato pode retomar a dieta habitual no dia seguinte.
Gatos castrados tendem a ter metabolismo mais lento; portanto, recomenda-se adaptar a dieta para alimentos específicos para gatos castrados, com teor calórico reduzido.
3. Atividade física
A limitação de movimentos deve ser mantida por pelo menos 3 dias.
Evitar que o gato saia de casa durante a recuperação para prevenir infecções e acidentes.
Após a cicatrização completa, pode-se permitir gradualmente o retorno à rotina normal.
4. Higiene e ambiente
A caixa sanitária deve ser mantida meticulosamente limpa, trocando a areia diariamente.
O local de repouso deve estar livre de umidade e poeira.
Evite contato com superfícies ásperas ou sujas, que podem causar irritação local.
5. Sinais de alerta
Procure o veterinário se observar:
Sangramento ativo ou inchaço crescente;
Letargia ou perda de apetite por mais de 48 horas;
Febre, secreção purulenta ou mau cheiro na ferida;
Dificuldade para urinar ou evacuar.
6. Revisão veterinária
Uma consulta de revisão é recomendada entre 7 e 10 dias após a cirurgia, para avaliar a cicatrização e o comportamento pós-cirúrgico.
O veterinário pode ajustar o plano alimentar e recomendar controle de peso para evitar obesidade pós-castração.
A recuperação total é normalmente simples e sem intercorrências. Com cuidados básicos e acompanhamento adequado, o gato retoma suas atividades normais em poucos dias, apresentando melhora comportamental significativa e redução de riscos reprodutivos.
Complicações possíveis e como preveni-las
Embora a castração de gatos machos seja considerada uma cirurgia segura e rotineira, complicações pós-operatórias podem ocorrer em casos de manejo inadequado, técnica incorreta ou falta de cuidados domiciliares. A seguir, estão listadas as principais complicações e as medidas preventivas correspondentes.
1. Hemorragia escrotal
Causa: falha na ligadura dos vasos testiculares ou atividade física precoce após a cirurgia.
Prevenção: verificação rigorosa da hemostasia antes do fechamento e restrição de movimentos por 3 a 5 dias.
Tratamento: compressa fria e, em casos graves, revisão cirúrgica para hemostasia.
2. Edema e inflamação
Causa: resposta inflamatória normal ou trauma local causado por lambedura.
Prevenção: uso do colar elizabetano e higiene adequada do local.
Tratamento: anti-inflamatórios não esteroidais sob orientação veterinária.
3. Infecção ou abscesso
Causa: contaminação bacteriana durante ou após a cirurgia.
Prevenção: antissepsia adequada no transoperatório e limpeza do ambiente doméstico.
Tratamento: antibioticoterapia e drenagem cirúrgica se necessário.
4. Deiscência de ferida
Causa: rompimento prematuro da incisão por lambedura, salto ou fricção.
Prevenção: restrição de movimento e uso contínuo do colar até a cicatrização completa.
Tratamento: limpeza, fechamento cirúrgico secundário e reavaliação.
5. Auto-mutilação e lambedura excessiva
Causa: desconforto local ou ansiedade.
Prevenção: colar elizabetano e uso de feromônios sintéticos para reduzir estresse.
Tratamento: monitoramento comportamental e, se necessário, medicação ansiolítica.
6. Reações anestésicas
Causa: hipersensibilidade ou metabolismo individual alterado.
Prevenção: exames pré-operatórios completos e monitoramento anestésico contínuo.
Tratamento: suporte intensivo (fluido, oxigênio, antagonistas).
7. Recidiva hormonal (extremamente rara)
Causa: presença de tecido testicular remanescente ou criptorquidismo não detectado.
Prevenção: avaliação prévia da presença dos dois testículos antes da cirurgia.
Tratamento: exploração cirúrgica complementar e remoção do tecido residual.
Com técnica asséptica correta e manejo adequado no pós-operatório, a taxa de complicações na orquiectomia felina é inferior a 2%, sendo considerada uma das cirurgias mais seguras da rotina veterinária.
Alterações comportamentais após a castração
As mudanças comportamentais após a castração de gatos machos são uma das principais razões pelas quais o procedimento é recomendado. A remoção dos testículos reduz significativamente os níveis de testosterona, o principal hormônio responsável por comportamentos de marcação, agressividade e territorialidade.
1. Redução da marcação urinária
O comportamento de borrifar urina em superfícies verticais, típico de machos não castrados, diminui em 80 a 90% dos casos após a cirurgia.
Quando realizada antes da maturidade sexual (por volta dos 6 meses), a marcação raramente chega a se desenvolver.
2. Diminuição da agressividade e disputas territoriais
A queda da testosterona reduz a competitividade entre machos, tornando-os mais dóceis e tolerantes.
Também há redução drástica nas brigas e, consequentemente, no risco de infecções por FIV e FeLV, transmitidas por mordidas.
3. Menor desejo de fuga
Gatos castrados perdem o impulso de procurar fêmeas no cio, permanecendo mais próximos ao lar.
Isso reduz acidentes, atropelamentos e exposição a doenças infecciosas.
4. Alterações no apetite e metabolismo
A castração provoca diminuição do metabolismo basal em até 30%.
Gatos castrados tendem a comer mais e gastar menos energia, o que pode levar à obesidade se não houver ajuste alimentar.
É recomendado o uso de rações específicas para gatos castrados, com teor calórico controlado e adição de L-carnitina.
5. Comportamento social e temperamento
Gatos castrados tornam-se mais tranquilos, carinhosos e sociáveis.
O procedimento não altera a personalidade do animal, apenas reduz comportamentos ligados à reprodução.
Alguns tutores notam maior vínculo afetivo com o gato após a castração, resultado da redução do estresse hormonal.
6. Impacto no instinto de caça
O instinto de caça e brincadeiras permanece inalterado, pois não está ligado diretamente à testosterona.
O gato castrado continua ativo e curioso, desde que estimulado com brinquedos e interação diária.
Em resumo, as mudanças pós-castração são positivas e previsíveis, promovendo um convívio mais harmonioso entre o animal, o ambiente e o tutor, sem prejuízo da vitalidade ou inteligência do gato.
Impactos na saúde geral e longevidade
A castração de gatos machos tem efeitos diretos e comprovados na saúde geral, expectativa de vida e bem-estar dos animais. Diversos estudos veterinários demonstram que gatos castrados vivem de 30% a 40% mais que os não castrados, graças à redução de riscos comportamentais, infecciosos e reprodutivos.
1. Redução de doenças infecciosas
A castração diminui drasticamente a exposição a vírus contagiosos como FIV (vírus da imunodeficiência felina) e FeLV (vírus da leucemia felina), transmitidos principalmente por mordidas e contatos agressivos entre machos inteiros.
Gatos castrados tendem a manter-se em ambientes internos e estáveis, com menor contato com animais errantes.
2. Prevenção de doenças reprodutivas e hormonais
A remoção dos testículos elimina completamente o risco de tumores testiculares, orquites e epididimites.
Reduz o estímulo hormonal sobre a próstata, prevenindo hiperplasia prostática e infecções associadas.
Em longo prazo, contribui para um sistema urinário mais saudável, com menor incidência de infecções e inflamações prostáticas.
3. Controle do peso corporal e metabolismo
Após a castração, há tendência natural à redução da taxa metabólica basal, o que exige ajustes nutricionais.
O acompanhamento veterinário e o uso de dietas específicas previnem a obesidade, mantendo o equilíbrio energético.
O peso ideal deve ser monitorado com avaliações semestrais e controle do escore corporal.
4. Efeitos no comportamento e bem-estar
Gatos castrados apresentam menor estresse ambiental e hormonal.
Tornam-se mais tranquilos, sociáveis e menos propensos a acidentes ou fugas.
O equilíbrio hormonal favorece o sistema imunológico, reduzindo o impacto de doenças crônicas.
5. Expectativa de vida
A longevidade média de um gato castrado pode chegar a 15–18 anos, enquanto gatos não castrados frequentemente vivem menos de 10 anos devido a doenças infecciosas, brigas, atropelamentos e desnutrição em machos errantes.
Portanto, a castração é um investimento direto na saúde e na qualidade de vida, atuando como medida preventiva essencial em qualquer programa de medicina felina moderna.
Mitos e verdades sobre a castração de gatos
Apesar de ser um procedimento amplamente difundido, ainda persistem mitos que geram dúvidas entre tutores. Abaixo, estão os equívocos mais comuns e as explicações científicas que os esclarecem.
Mito | Realidade |
“O gato vai engordar depois da castração.” | A castração reduz o metabolismo, mas a obesidade só ocorre se houver excesso alimentar. Dietas específicas e controle calórico mantêm o peso ideal. |
“Castração muda a personalidade do gato.” | Falso. O temperamento e o afeto não mudam; o que diminui são comportamentos ligados ao hormônio sexual, como marcação e agressividade. |
“É melhor deixar o gato cruzar antes de castrar.” | Não há qualquer benefício fisiológico em permitir o cruzamento antes da castração. Pelo contrário, isso aumenta o risco de doenças e comportamentos indesejados. |
“Gatos castrados ficam preguiçosos.” | A redução da testosterona diminui a atividade sexual, mas não afeta o instinto de brincadeira ou caça. O nível de energia depende do estímulo e da alimentação. |
“A castração é um ato contra a natureza.” | A domesticação já modificou o comportamento natural dos gatos. A castração promove equilíbrio sanitário, previne sofrimento e evita a superpopulação felina. |
“A cirurgia é dolorosa e perigosa.” | Falso. O procedimento é rápido, seguro e realizado sob anestesia geral com analgesia adequada. A dor é mínima e controlada com medicamentos. |
“Castração só serve para evitar filhotes.” | Na verdade, o principal objetivo é melhorar a saúde e o comportamento do gato, reduzindo doenças e aumentando a longevidade. |
Conclusão dos mitos
A castração é um ato de responsabilidade e cuidado, e não uma interferência negativa. Quando bem indicada e conduzida por profissionais, traz apenas benefícios clínicos, comportamentais e sociais — tanto para o gato quanto para a comunidade em que vive.
Perguntas frequentes (FAQ)
A castração de gatos machos é realmente necessária?
Sim. A castração é um dos procedimentos mais importantes da medicina felina preventiva. Ela evita ninhadas indesejadas, reduz comportamentos agressivos e previne doenças reprodutivas e infecciosas, além de melhorar a convivência com humanos e outros animais.
Qual é a idade ideal para castrar um gato?
A maioria dos veterinários recomenda realizar a castração entre 5 e 7 meses de idade, antes da maturidade sexual. Em casos específicos, pode ser feita a partir das 8 a 10 semanas, desde que o gato pese pelo menos 1 kg e esteja saudável.
O gato sente dor durante ou após a cirurgia?
Não. O procedimento é realizado sob anestesia geral e analgesia. Após a cirurgia, o gato recebe medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos para manter o conforto total durante a recuperação.
A castração pode causar problemas hormonais ou metabólicos?
Não há alteração hormonal prejudicial. O único efeito é a diminuição natural da testosterona, o que reduz a marcação territorial e o instinto de acasalamento. A tendência à obesidade é controlável com dieta adequada.
Quanto tempo dura a cirurgia e a recuperação?
O procedimento cirúrgico dura entre 10 e 20 minutos, e o tempo total de recuperação anestésica é de 1 a 2 horas. A cicatrização completa ocorre em cerca de 7 a 10 dias.
É preciso internar o gato após a castração?
Na maioria dos casos, não. O gato recebe alta no mesmo dia, após recuperação anestésica completa e avaliação clínica. Apenas casos específicos requerem observação prolongada.
Meu gato pode lamber a ferida cirúrgica?
Não. A lambedura pode causar infecção e reabertura da ferida. Recomenda-se o uso do colar elizabetano por pelo menos 7 dias após a cirurgia.
O comportamento do gato muda após a castração?
Sim, de forma positiva. A castração reduz comportamentos como marcação com urina, fugas, vocalizações no cio e agressividade. O temperamento do gato permanece o mesmo, mas ele se torna mais calmo e caseiro.
A castração afeta o instinto de caça?
Não. O instinto de caça está ligado à natureza felina, e não à testosterona. Gatos castrados continuam brincando, caçando e explorando normalmente.
Há risco de complicações?
Riscos são mínimos quando o procedimento é realizado por um veterinário e o pós-operatório é seguido corretamente. As complicações mais comuns são leves — inflamação local ou lambedura — e facilmente controladas.
Posso usar antibióticos por conta própria após a cirurgia?
De forma alguma. O uso de antibióticos deve ser prescrito e ajustado pelo veterinário, conforme a condição clínica do gato e o tipo de cicatrização.
Quanto custa a castração de um gato?
O custo varia conforme a clínica, região e tipo de anestesia, mas geralmente é acessível e proporcional ao benefício. Programas públicos e ONGs também oferecem castração gratuita ou a baixo custo.
O gato castrado precisa de cuidados especiais a longo prazo?
Apenas acompanhamento nutricional. O tutor deve oferecer ração específica para gatos castrados, controlar o peso e manter check-ups veterinários regulares.
Gatos idosos também podem ser castrados?
Sim, desde que passem por avaliação clínica e exames laboratoriais. Em animais idosos, a castração traz benefícios de saúde, especialmente para evitar tumores e infecções genitais.
A castração é reversível?
Não. A remoção dos testículos é definitiva e impede a reprodução permanentemente.
A castração aumenta a expectativa de vida do gato?
Sim. Gatos castrados vivem em média 30% mais, graças à redução de doenças, acidentes e comportamentos de risco.
Sources
American Veterinary Medical Association (AVMA) – Guidelines for the Neutering of Domestic Cats
World Small Animal Veterinary Association (WSAVA) – Surgical Sterilization Recommendations for Companion Animals
International Society of Feline Medicine (ISFM) – Feline Neutering Standards and Welfare Considerations
American Animal Hospital Association (AAHA) – Anesthesia and Analgesia Guidelines for Veterinary Practice
Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV – Brasil) – Manual de Castração Ética e Segura em Pequenos Animais
Mersin Vetlife Veterinary Clinic – Haritada Aç: https://share.google/XPP6L1V6c1EnGP3Oc
