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Tudo sobre o Hemograma Felino (Exame de Sangue Completo) – Entenda cada parâmetro

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    VetSağlıkUzmanı
  • há 5 dias
  • 16 min de leitura

O que é o hemograma em gatos e para que serve

O hemograma felino, também conhecido como exame de sangue completo (CBC), é uma das ferramentas mais importantes da medicina veterinária.Esse exame avalia detalhadamente os componentes celulares do sangue do gato — glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas — revelando o estado geral de saúde do animal.

O hemograma é utilizado para identificar infecções, anemias, inflamações e alterações imunológicas, além de monitorar doenças crônicas e respostas a tratamentos.

Ele é indicado em diversas situações, como:

  • Antes de procedimentos cirúrgicos, para garantir segurança anestésica.

  • Em casos de fraqueza, apatia, perda de peso ou mucosas pálidas.

  • Para acompanhamento de doenças renais, hepáticas e endócrinas.

  • Em avaliações de rotina, mesmo em gatos aparentemente saudáveis.

O hemograma funciona como uma janela para o organismo, permitindo detectar alterações sutis muito antes do aparecimento dos sintomas clínicos.


Kedilerde Hemogram (Kan Sayımı) Nedir? – Tüm Değerlerin Ayrıntılı Açıklaması

Quais parâmetros são avaliados no hemograma felino

O hemograma felino analisa vários grupos de parâmetros, divididos de acordo com a função das células no organismo:

  1. Glóbulos brancos (WBC e subtipos): refletem a resposta imunológica frente a infecções, alergias e inflamações.

  2. Glóbulos vermelhos (RBC, HGB, HCT, MCV, MCH, MCHC, RDW): indicam a capacidade do sangue de transportar oxigênio e ajudam a identificar tipos de anemia.

  3. Plaquetas (PLT, MPV, PDW, PCT, P-LCC, P-LCR): estão relacionadas à coagulação sanguínea e à função da medula óssea.

Além disso, incluem-se índices calculados que ajudam a interpretar o equilíbrio geral:

  • NLR (Neutrófilos/Linfócitos): indica a proporção entre as células de defesa rápida e as de defesa adaptativa.

  • PLR (Plaquetas/Linfócitos): relaciona o sistema imunológico com a coagulação, sendo útil na avaliação de processos inflamatórios crônicos.

Cada parâmetro fornece uma peça do quebra-cabeça fisiológico do gato, e a interpretação conjunta de todos eles permite uma visão completa do estado hematológico e imunológico do animal.

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WBC (Glóbulos Brancos) – O espelho da imunidade

Os glóbulos brancos (WBC – White Blood Cells) são responsáveis pela defesa do organismo contra microrganismos invasores, como bactérias, vírus e parasitas.Eles representam a linha de frente do sistema imunológico, participando da detecção, neutralização e destruição de agentes infecciosos.

O valor normal de WBC em gatos varia entre 5,0 e 12,0 x10⁹/L.Alterações nesses valores indicam resposta imunológica ativa ou deficiência na produção dessas células.

WBC elevados (Leucocitose)

  • Ocorrem em infecções bacterianas agudas, inflamações ou processos alérgicos.

  • Também podem aumentar temporariamente devido ao estresse ou à liberação de hormônios do cortisol.

  • Podem ser observados durante fases de recuperação pós-infecção.

WBC baixos (Leucopenia)

  • Estão associados a infecções virais, como FIV, FeLV ou panleucopenia felina.

  • Podem resultar de supressão da medula óssea por toxinas, medicamentos ou quimioterapia.

  • Em infecções prolongadas, a reserva de glóbulos brancos pode se esgotar, reduzindo a contagem total.

A contagem de WBC é um dos principais indicadores do estado imunológico e da capacidade de defesa do organismo do gato.

Lym# e Lym% (Linfócitos) – A base da defesa imunológica

Os linfócitos são células fundamentais da imunidade adaptativa, responsáveis por reconhecer e eliminar agentes infecciosos específicos.Eles se dividem em dois grupos principais:

  • Linfócitos B: produzem anticorpos que neutralizam patógenos.

  • Linfócitos T: destroem células infectadas ou anormais.

No hemograma, são expressos como:

  • Lym# (contagem absoluta): número total de linfócitos (x10⁹/L).

  • Lym% (percentual): proporção dos linfócitos em relação ao total de glóbulos brancos.

Valores normais em gatos:

  • Lym#: 1,3 – 5,8 x10⁹/L

  • Lym%: 25 – 62%

Linfócitos elevados (Linfocitose)

  • Indicativos de infecções virais, resposta imunológica ativa ou recuperação pós-doença.

  • Podem aumentar após vacinação ou em inflamações crônicas.

  • Em gatos jovens, valores elevados são fisiológicos devido à atividade imunológica intensa.

Linfócitos baixos (Linfopenia)

  • Resultam de estresse fisiológico e aumento de cortisol.

  • São observados em infecções virais avançadas ou supressão da medula óssea.

O equilíbrio entre neutrófilos e linfócitos fornece uma visão essencial do desempenho do sistema imunológico e da resposta do corpo a infecções e inflamações.


Mid# e Mid% (Monócitos, Eosinófilos e Basófilos) – A segunda linha de defesa

O parâmetro Mid reúne três tipos de glóbulos brancos: monócitos, eosinófilos e basófilos.Essas células constituem a segunda linha de defesa do sistema imunológico, atuando na inflamação prolongada, nas reações alérgicas e na eliminação de parasitas.

Valores de referência em gatos:

  • Mid#: 0,06 – 2,04 x10⁹/L

  • Mid%: 1,1 – 17,2%

Monócitos

São células fagocitárias que removem tecidos mortos, microrganismos e resíduos celulares.Tornam-se macrófagos quando entram nos tecidos e participam da resposta imune crônica.

Eosinófilos

Estão relacionados a alergias e infestações parasitárias.Liberam enzimas que neutralizam proteínas alergênicas e destroem parasitas como vermes e ácaros.

Basófilos

São as células menos numerosas entre os glóbulos brancos.Liberam histamina e heparina, substâncias envolvidas em reações alérgicas e na regulação da coagulação.

O aumento nos valores de Mid indica ativação imunológica ou processos inflamatórios prolongados, enquanto valores baixos podem estar relacionados à supressão da medula óssea ou ao uso de corticosteroides.

Gran# e Gran% (Granulócitos) – Os primeiros a reagir à infecção

Os granulócitos são as células de resposta rápida do sistema imunológico e representam a primeira linha de defesa contra infecções bacterianas.São compostos principalmente por neutrófilos, com menor participação de eosinófilos e basófilos.

Valores de referência em gatos:

  • Gran#: 2,18 – 6,96 x10⁹/L

  • Gran%: 38 – 70%

Granulocitose (valores elevados)

  • Ocorre em infecções bacterianas agudas e em processos inflamatórios intensos.

  • Pode ser observada também após uso de corticosteroides ou situações de estresse.

Granulocitopenia (valores baixos)

  • Surge em infecções virais como FIV, FeLV e panleucopenia felina.

  • Pode resultar de toxicidade medicamentosa ou depressão da medula óssea.

Os granulócitos são fundamentais na resposta imune inata, atuando na fagocitose de patógenos e na liberação de enzimas que combatem microrganismos invasores.


NLR (Relação Neutrófilos/Linfócitos) – Indicador de estresse e inflamação

A relação NLR (Neutrophil-to-Lymphocyte Ratio) expressa o equilíbrio entre os neutrófilos, que compõem a resposta imune imediata, e os linfócitos, responsáveis pela resposta adaptativa.É calculada dividindo-se a contagem de neutrófilos pela contagem de linfócitos e é considerada um marcador útil de inflamação sistêmica, infecção ou estresse em gatos.

Valores de referência: 1,0 – 3,0.

NLR elevada

  • Indica predominância de neutrófilos e diminuição de linfócitos, observada em infecções bacterianas agudas ou situações de estresse.

  • Pode ocorrer durante processos inflamatórios crônicos ou após aumento do cortisol circulante.

NLR baixa

  • Sugere elevação dos linfócitos, comum em infecções virais ou fases iniciais de resposta imune.

  • Também pode aparecer em recuperação pós-inflamatória, quando a imunidade adaptativa está mais ativa.

A NLR oferece uma visão integrada da resposta imune total, demonstrando a relação entre defesa rápida e defesa específica do organismo.

PLR (Relação Plaquetas/Linfócitos) – Novo marcador de inflamação sistêmica

A relação PLR (Platelet-to-Lymphocyte Ratio) indica o vínculo entre a atividade plaquetária e o sistema imunológico.Ela reflete o equilíbrio entre coagulação, inflamação e imunidade, sendo cada vez mais utilizada como marcador de processos inflamatórios crônicos em medicina veterinária.

Valor médio em gatos: 50 – 100.

PLR elevada

  • Ocorre quando há aumento na produção de plaquetas ou redução de linfócitos.

  • É observada em respostas inflamatórias prolongadas ou em estados de estresse fisiológico.

PLR baixa

  • Resulta da diminuição das plaquetas ou do aumento dos linfócitos, típica de infecções virais ou supressão medular.

A PLR é considerada um parâmetro integrador entre os sistemas hematológico e imune, auxiliando na avaliação da condição inflamatória geral do gato.


RBC (Glóbulos Vermelhos) – Transportadores de oxigênio

Os glóbulos vermelhos (RBC – Red Blood Cells) são as células responsáveis por transportar oxigênio dos pulmões para os tecidos e retornar com dióxido de carbono para ser eliminado.Essas células são produzidas na medula óssea e têm uma vida média de aproximadamente 60 dias nos gatos.

O valor normal de RBC em gatos varia entre 5,0 e 10,0 x10⁶/µL.Esse parâmetro reflete a eficiência do sangue em oxigenar o corpo e manter as funções metabólicas.

RBC elevado (Eritrocitose)

  • Desidratação: redução do volume de plasma, o que aumenta a concentração aparente de glóbulos vermelhos.

  • Hipóxia crônica: doenças cardíacas ou pulmonares estimulam maior produção de hemácias pela medula.

  • Policitemia vera: distúrbio raro que causa produção excessiva de glóbulos vermelhos.

RBC baixo (Eritropenia)

  • Anemia: causada por hemorragia, deficiência nutricional ou distúrbios na medula óssea.

  • Infecções parasitárias: como Mycoplasma haemofelis, que destrói as hemácias.

  • Doença renal crônica: reduz a produção de eritropoetina, hormônio que estimula a formação de glóbulos vermelhos.

A contagem de RBC deve ser interpretada junto com HGB (hemoglobina) e HCT (hematócrito) para avaliar a oxigenação e identificar o tipo e a gravidade da anemia.

HGB (Hemoglobina) – O pigmento que dá força ao sangue

A hemoglobina (HGB) é uma proteína que contém ferro e se encontra dentro dos glóbulos vermelhos.Ela se liga ao oxigênio nos pulmões e o transporta para todo o corpo, sendo responsável pela coloração vermelha do sangue.

O valor normal de HGB em gatos está entre 8 e 15 g/dL.

HGB elevada (Hiper-hemoglobinemia)

  • Ocorre por desidratação ou aumento do número de glóbulos vermelhos (eritrocitose).

  • Também pode estar associada à exposição prolongada a ambientes com pouco oxigênio.

HGB baixa (Hipo-hemoglobinemia)

  • Indica anemia devido a perda de sangue, deficiência de ferro, cobre ou vitamina B12.

  • Pode ocorrer por doenças renais crônicas ou depressão da medula óssea.

A hemoglobina é essencial para o transporte de oxigênio, e seus níveis baixos estão associados a sinais como fraqueza, mucosas pálidas e cansaço fácil.


HCT (Hematócrito) – A fração celular do sangue

O hematócrito (HCT) representa a porcentagem do volume total de sangue que é ocupada pelos glóbulos vermelhos.Esse parâmetro é essencial para avaliar a concentração ou diluição do sangue e detectar condições como anemia ou desidratação.

O valor normal de HCT em gatos situa-se entre 30 e 45%.

Hematócrito elevado (Hemoconcentração)

  • Desidratação: a perda de líquidos reduz o volume de plasma, concentrando as células sanguíneas.

  • Aumento da produção de hemácias: ocorre em resposta à baixa oxigenação crônica (hipóxia).

  • Policitemia: distúrbio raro caracterizado pela produção excessiva de glóbulos vermelhos.

Hematócrito baixo

  • Anemia: redução do número ou do tamanho das hemácias.

  • Doença renal crônica: menor produção do hormônio eritropoetina, essencial para a formação de hemácias.

  • Perda de sangue: decorrente de traumas, úlceras ou parasitas.

O hematócrito deve ser analisado em conjunto com os valores de RBC e HGB para determinar o grau de oxigenação e o estado de hidratação do gato.

MCV (Volume Corpuscular Médio) – Chave para classificar a anemia

O MCV (Mean Corpuscular Volume) mede o tamanho médio das hemácias (glóbulos vermelhos).Esse parâmetro é fundamental para classificar o tipo de anemia e identificar a causa subjacente.

Valores normais em gatos: 39 – 55 fL.

MCV elevado (Macrocitose)

  • Deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico: as hemácias ficam maiores devido à divisão celular incompleta.

  • Anemia regenerativa: a medula óssea libera hemácias jovens, que são maiores.

  • Anemia hemolítica: destruição das células antigas estimula a produção de hemácias grandes e imaturas.

MCV baixo (Microcitose)

  • Deficiência de ferro: a síntese insuficiente de hemoglobina resulta em hemácias menores.

  • Anemia de doença crônica: processos inflamatórios prolongados podem reduzir o tamanho das células.

O MCV é utilizado junto com MCH e MCHC para classificar a anemia como microcítica, macrocítica ou normocítica, facilitando o diagnóstico preciso.


MCH e MCHC (Concentração de hemoglobina dentro das hemácias)

O MCH (Mean Corpuscular Hemoglobin) representa a quantidade média de hemoglobina contida em cada glóbulo vermelho, enquanto o MCHC (Mean Corpuscular Hemoglobin Concentration) indica a concentração média de hemoglobina dentro de um determinado volume de hemácias.

Esses dois parâmetros estão diretamente relacionados à capacidade de transporte de oxigênio do sangue e ajudam a definir o tipo e a intensidade da anemia.

Valores normais em gatos:

  • MCH: 12 – 17 pg

  • MCHC: 30 – 36 g/dL

MCH ou MCHC elevados (Hipercromia)

  • Ocorrem quando há redução do volume plasmático, geralmente devido à desidratação.

  • Refletem uma concentração relativa maior de hemoglobina nas hemácias.

MCH ou MCHC baixos (Hipocromia)

  • Resultam de síntese deficiente de hemoglobina, como nas anemias por deficiência de ferro.

  • Também aparecem em perdas crônicas de sangue ou em distúrbios nutricionais prolongados.

O MCH e o MCHC são interpretados junto com o MCV para determinar se a anemia é microcítica, macrocítica, hipocrômica ou normocrômica.

RDW-CV e RDW-SD (Variação no tamanho das hemácias)

O RDW (Red Cell Distribution Width) mede o grau de variação no tamanho dos glóbulos vermelhos, conhecido como anisocitose.Ele avalia a uniformidade ou a diferença de tamanhos entre as hemácias, sendo útil para identificar anemias regenerativas e distúrbios da medula óssea.

Existem duas formas de expressão:

  • RDW-CV (%): indica a variação percentual em relação ao volume médio das hemácias.

  • RDW-SD (fL): expressa a amplitude absoluta da distribuição de tamanho celular.

Valores normais em gatos:

  • RDW-CV: 14 – 20%

  • RDW-SD: 35 – 45 fL

RDW elevado (Anisocitose)

  • Indica presença de hemácias de tamanhos diferentes.

  • É comum em anemias regenerativas, nas quais a medula óssea libera hemácias jovens (maiores) para o sangue.

  • Também ocorre em deficiências nutricionais de ferro, vitamina B12 ou ácido fólico.

RDW baixo

  • Mostra uniformidade no tamanho das hemácias, o que geralmente é fisiológico e sem relevância clínica.

O RDW é útil para diferenciar anemias causadas por perda ou destruição de hemácias daquelas associadas a falhas de produção medular.


PLT (Plaquetas) – A base da coagulação sanguínea

O parâmetro PLT (Platelet Count) indica o número total de plaquetas circulantes no sangue.Essas estruturas são fragmentos celulares originados dos megacariócitos da medula óssea e desempenham papel essencial nos processos de coagulação e cicatrização.

O valor normal de plaquetas em gatos varia entre 300 e 800 x10³/µL.

PLT elevado (Trombocitose)

  • Ocorre em processos inflamatórios ou infecciosos.

  • Pode estar associado à perda crônica de sangue ou à regeneração medular após anemia.

  • Também pode aumentar temporariamente devido ao estresse ou ao uso de corticosteroides.

PLT baixo (Trombocitopenia)

  • Resulta de destruição imunomediada de plaquetas ou supressão da medula óssea.

  • É observado em infecções virais graves e em doenças imunológicas.

  • Pode levar a sangramentos espontâneos e dificuldade de coagulação.

O valor de PLT é essencial para avaliar a capacidade de coagulação e o equilíbrio hemostático do organismo felino.

MPV (Volume Plaquetário Médio) – Tamanho e atividade das plaquetas

O MPV (Mean Platelet Volume) reflete o tamanho médio das plaquetas.Plaquetas maiores são mais jovens e metabolicamente ativas, enquanto plaquetas menores são mais antigas e menos funcionais.

Valores de referência em gatos: 9 – 12 fL.

MPV elevado

  • Indica a presença de plaquetas grandes e jovens, normalmente em resposta à destruição ou ao consumo aumentado de plaquetas.

  • É um sinal de regeneração plaquetária ativa.

MPV baixo

  • Sugere redução na produção medular ou predomínio de plaquetas pequenas e antigas.

  • Pode ocorrer em doenças crônicas ou durante supressão da medula óssea.

O MPV é interpretado em conjunto com PLT e PCT para entender se as alterações no número de plaquetas são resultado de aumento de destruição ou redução na produção.


PDW-CV e PDW-SD (Amplitude de distribuição plaquetária)

O PDW (Platelet Distribution Width) mede a variação no tamanho das plaquetas presentes no sangue.Esse parâmetro indica o grau de heterogeneidade da população plaquetária e ajuda a avaliar a atividade da medula óssea na produção de novas plaquetas.

Existem duas formas de expressão:

  • PDW-CV (%): porcentagem de variação no tamanho das plaquetas em relação ao volume médio.

  • PDW-SD (fL): variação absoluta na amplitude do tamanho das plaquetas.

Valores normais em gatos:

  • PDW-CV: 15 – 25%

  • PDW-SD: 7 – 11 fL

PDW elevado

  • Indica presença simultânea de plaquetas grandes (jovens) e pequenas (antigas).

  • Observado durante fases de regeneração plaquetária após sangramentos ou inflamações.

PDW baixo

  • Demonstra uniformidade no tamanho das plaquetas.

  • Indica estabilidade na produção e ausência de resposta regenerativa significativa.

O PDW é um indicador importante da dinâmica de renovação plaquetária, auxiliando na interpretação de distúrbios de coagulação e na análise da resposta da medula óssea.

PCT (Plaquetócrito) – Massa total de plaquetas no sangue

O PCT (Plateletcrit) representa o volume total de plaquetas no sangue em relação ao volume sanguíneo total.É um parâmetro equivalente ao hematócrito, mas aplicado especificamente às plaquetas.

Valores de referência em gatos: 0,17 – 0,35%.

PCT elevado

  • Indica aumento no número ou no tamanho das plaquetas.

  • Associado a inflamações sistêmicas ou processos de regeneração medular ativa.

PCT baixo

  • Resulta de diminuição da produção de plaquetas ou perda excessiva.

  • É encontrado em trombocitopenias e supressão medular.

O PCT fornece uma visão global da capacidade de coagulação e da atividade plaquetária, combinando número e tamanho das plaquetas em um único valor.


P-LCC e P-LCR (Importância das plaquetas grandes)

Os parâmetros P-LCC (Platelet Large Cell Count) e P-LCR (Platelet Large Cell Ratio) medem a quantidade e a proporção de plaquetas grandes presentes no sangue.Essas plaquetas maiores são mais jovens e metabolicamente ativas, refletindo a atividade regenerativa da medula óssea.

  • P-LCC: número absoluto de plaquetas grandes (x10³/µL).

  • P-LCR: porcentagem de plaquetas grandes em relação ao total de plaquetas (%).

Valores normais em gatos:

  • P-LCC: 30 – 100 x10³/µL

  • P-LCR: 25 – 45%

P-LCC ou P-LCR elevados

  • Indicam aumento na produção de plaquetas jovens e liberação acelerada pela medula óssea.

  • São comuns após perdas sanguíneas ou destruição imunológica de plaquetas.

P-LCC ou P-LCR baixos

  • Indicam produção reduzida de plaquetas grandes e predominância de plaquetas menores e envelhecidas.

  • Ocorrem quando há depressão da medula óssea ou resposta regenerativa lenta.

Esses parâmetros são interpretados junto com PLT e MPV, oferecendo uma visão detalhada sobre o equilíbrio entre produção e consumo de plaquetas no organismo felino.

Como interpretar corretamente um hemograma felino

A interpretação de um hemograma felino deve ser feita de forma integrada, considerando o conjunto de parâmetros e não valores isolados.Cada grupo celular do sangue fornece informações complementares sobre o estado geral do gato.

1. Glóbulos brancos (WBC e subtipos):

Indicam o tipo de resposta imunológica predominante (bacteriana, viral, parasitária ou alérgica).

2. Glóbulos vermelhos (RBC, HGB, HCT):

Revelam a capacidade de transporte de oxigênio e permitem identificar anemias e desidratação.

3. Índices eritrocitários (MCV, MCH, MCHC, RDW):

Descrevem o tamanho, conteúdo e variação das hemácias, auxiliando na classificação das anemias.

4. Plaquetas e índices plaquetários (PLT, MPV, PDW, PCT, P-LCC, P-LCR):

Avaliam a função de coagulação, a atividade regenerativa e o equilíbrio da medula óssea.

5. Relações celulares (NLR e PLR):

Fornecem indicadores adicionais sobre inflamação sistêmica e níveis de estresse fisiológico.

Além dos valores laboratoriais, é importante correlacionar os resultados com fatores clínicos, como idade, nutrição, hidratação e histórico médico do animal, para alcançar uma interpretação precisa e confiável.


Fatores que podem alterar os resultados do hemograma em gatos

Os resultados do hemograma felino podem ser influenciados por fatores fisiológicos, ambientais e técnicos.Conhecê-los é fundamental para evitar interpretações equivocadas e garantir diagnósticos mais precisos.

1. Estresse e manipulação

O estresse libera adrenalina e cortisol, que aumentam temporariamente os neutrófilos e reduzem os linfócitos — fenômeno conhecido como “leucograma de estresse”.Esse efeito pode ocorrer até mesmo em gatos saudáveis durante o transporte ou coleta.

2. Desidratação

A perda de líquidos reduz o volume plasmático, concentrando as células sanguíneas.Isso eleva artificialmente parâmetros como HCT (hematócrito), HGB (hemoglobina) e RBC (glóbulos vermelhos).

3. Alimentação e jejum

Refeições recentes, especialmente ricas em gordura, alteram a transparência do plasma e interferem nas leituras laboratoriais.Recomenda-se jejum de 8 a 10 horas antes da coleta.

4. Medicamentos

Fármacos como corticosteroides, antibióticos e quimioterápicos modificam as contagens celulares.Os corticosteroides elevam o número de leucócitos, enquanto agentes citotóxicos reduzem a produção medular.

5. Coleta e armazenamento da amostra

Atrasos no processamento ou agitação excessiva da amostra podem causar hemólise (ruptura das hemácias) ou agregação plaquetária, afetando os resultados de RBC e PLT.

6. Idade e estado fisiológico

Gatos jovens apresentam linfócitos mais elevados, enquanto gatos idosos tendem a ter níveis mais baixos de hemoglobina e hematócrito.Fatores como gravidez, lactação ou alterações hormonais também influenciam a composição sanguínea.

Esses fatores devem sempre ser considerados para que o resultado reflita com precisão o verdadeiro estado clínico do gato.

Quando o hemograma é indicado para gatos

O hemograma é um exame indispensável na prática veterinária e pode ser solicitado tanto para avaliação preventiva quanto para investigação de doenças.

Principais indicações:

  1. Check-up de rotina:Deve ser realizado anualmente, mesmo em gatos saudáveis, para estabelecer valores de referência individuais.

  2. Antes de cirurgias:Utilizado para avaliar anemia, infecções e capacidade de coagulação antes da anestesia.

  3. Suspeita de infecção ou inflamação:Indicado quando há sintomas como febre, apatia, perda de apetite ou emagrecimento.

  4. Acompanhamento de doenças crônicas:Essencial em casos de doença renal, hepática, endócrina (como hipertireoidismo) e diabetes mellitus.

  5. Avaliação de anemias e distúrbios hematológicos:Permite identificar a causa e o tipo de anemia (regenerativa ou não regenerativa).

  6. Infestações parasitárias:Ajuda a detectar parasitas sanguíneos e a resposta imunológica do organismo.

  7. Pós-tratamento ou recuperação:Monitora a resposta do corpo após terapias medicamentosas ou cirurgias.

O hemograma é, portanto, uma ferramenta indispensável para manter a saúde felina sob controle e detectar alterações antes que se tornem graves.


Conclusão: o hemograma como indicador silencioso da saúde felina

O hemograma felino (exame de sangue completo) é uma das ferramentas mais confiáveis para avaliar a saúde interna dos gatos.Através da análise detalhada dos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas, é possível compreender o funcionamento do sistema imunológico, da oxigenação e da coagulação sanguínea.

Cada grupo de parâmetros revela um aspecto essencial da fisiologia do animal:

  • WBC (glóbulos brancos) mostra o estado imunológico e a presença de inflamação ou infecção.

  • RBC, HGB e HCT refletem a eficiência no transporte de oxigênio e na produção de hemácias.

  • PLT e índices plaquetários (MPV, PDW, PCT, P-LCC, P-LCR) indicam a função de coagulação e a atividade da medula óssea.

  • NLR e PLR ajudam a quantificar os níveis de inflamação e estresse sistêmico.

Realizar o hemograma de forma periódica é fundamental para detectar alterações precoces, monitorar doenças e garantir uma vida longa e saudável ao gato.Por ser um exame rápido, acessível e altamente informativo, o hemograma é considerado o “termômetro silencioso” da saúde felina.


Perguntas Frequentes sobre o Hemograma Felino

O que é o hemograma felino?

O hemograma felino, também chamado de exame de sangue completo (CBC), é uma análise laboratorial que mede os glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas para avaliar a saúde geral do gato.

Por que o hemograma é importante para gatos?

Porque permite identificar infecções, anemias, inflamações e alterações imunológicas antes que os sintomas apareçam, possibilitando diagnóstico precoce e tratamento eficaz.

Quando o hemograma deve ser realizado?

Recomenda-se fazer o exame anualmente em gatos saudáveis e com maior frequência em gatos idosos ou com doenças crônicas.

Que tipo de amostra é usada no hemograma felino?

É utilizada uma pequena amostra de sangue coletada de uma veia, geralmente na pata dianteira (cefálica) ou na pata traseira (safena).

O gato precisa estar em jejum para o hemograma?

Sim. O jejum de 8 a 10 horas garante resultados mais precisos, evitando interferência de gorduras ou alimentos recentes.

Quanto tempo demora para sair o resultado?

Com os analisadores modernos, os resultados costumam estar disponíveis em 15 a 30 minutos após a coleta.

O que o hemograma avalia exatamente?

O exame avalia glóbulos vermelhos (RBC), hemoglobina (HGB), hematócrito (HCT), glóbulos brancos (WBC e subtipos) e plaquetas (PLT e índices como MPV, PDW e PCT).

O que significa WBC alto em gatos?

Um aumento indica infecção bacteriana, inflamação aguda ou resposta ao estresse fisiológico.

E o WBC baixo, o que indica?

Pode estar relacionado a infecções virais (como FIV ou FeLV) ou supressão da medula óssea, que reduz a produção de leucócitos.

O que causa anemia em gatos?

A anemia pode ser causada por perda de sangue, deficiência de ferro, doenças renais ou infestações parasitárias.

Qual é a função da hemoglobina (HGB)?

A hemoglobina transporta oxigênio para os tecidos. Seus níveis indicam a capacidade do sangue de oxigenar o corpo adequadamente.

O que é o hematócrito (HCT)?

É a porcentagem de sangue composta por glóbulos vermelhos, usada para avaliar anemia ou desidratação.

O que significa MCV no hemograma?

MCV indica o tamanho médio das hemácias e ajuda a classificar a anemia como microcítica, macrocítica ou normocítica.

Qual é a diferença entre MCH e MCHC?

O MCH mostra a quantidade de hemoglobina por célula, e o MCHC mostra a concentração de hemoglobina dentro das hemácias.

O que é RDW e por que é importante?

O RDW mede a variação no tamanho das hemácias (anisocitose) e auxilia na identificação de anemias regenerativas.

Qual é a função das plaquetas (PLT)?

As plaquetas são responsáveis pela coagulação e pela reparação dos vasos sanguíneos após lesões.

O que significa PLT alto em gatos?

Pode indicar resposta inflamatória ou produção aumentada após hemorragia.

E PLT baixo?

Sugere destruição imunológica, supressão da medula óssea ou doenças infecciosas graves, e pode causar sangramentos.

O que é MPV e o que ele indica?

O MPV mostra o tamanho médio das plaquetas. Plaquetas grandes são jovens e ativas; pequenas são antigas e menos funcionais.

O que é a relação NLR em gatos?

A relação Neutrófilos/Linfócitos (NLR) é usada para avaliar inflamação sistêmica e níveis de estresse.

E o PLR, o que representa?

A relação Plaquetas/Linfócitos (PLR) indica o equilíbrio entre a resposta imunológica e o sistema de coagulação.

O estresse pode alterar os resultados do hemograma?

Sim. O estresse aumenta o número de neutrófilos e reduz o de linfócitos, modificando temporariamente o leucograma.

O hemograma detecta desidratação em gatos?

Sim. A desidratação eleva artificialmente valores como RBC, HGB e HCT devido à redução do volume plasmático.

Com que frequência o exame deve ser repetido?

Em gatos saudáveis, uma vez por ano. Em gatos com doenças crônicas, o ideal é repetir a cada 3 a 6 meses.

O gato pode ter hemograma normal e ainda estar doente?

Sim. Algumas doenças iniciais não alteram imediatamente as células do sangue, exigindo exames complementares como bioquímica e urina.


Fontes

  • American Veterinary Medical Association (AVMA)

  • Cornell University College of Veterinary Medicine

  • IDEXX Laboratories – Guia de Referência de Hematologia Veterinária

  • Royal Veterinary College (RVC) – Departamento de Patologia Clínica

  • Mersin Vetlife Veterinary Clinic – Abrir no mapa: https://share.google/XPP6L1V6c1EnGP3Oc


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